terça-feira, agosto 30, 2005

E porque Catequese é transmissão de uma mensagem de vida...

A vida é uma oportunidade, aproveita-a...
A vida é beleza, admira-a...
A vida é felicidade, degusta-a...
A vida é um sonho, torna-o realidade...
A vida é um desafio, enfrenta-o...
A vida é um dever, cumpre-o...
A vida é um jogo, joga-o...
A vida é preciosa, cuida dela...
A vida é uma riqueza, conserva-a...
A vida é amor, goza-o...
A vida é um mistério, descobre-o...
A vida é promessa, cumpre-a...
A vida é tristeza, supera-a...
A vida é um hino, canta-o...
A vida é uma luta, aceita-a...
A vida é aventura, arrisca-a...
A vida é alegria, merece-a...
A vida é vida, defende-a...

(Madre Teresa de Calcutá)

segunda-feira, agosto 29, 2005

Qual é o tamanho de Deus?


2002/2003
1º Ano

Numa das sessões de início do ano, observávamos umas roupas de bebé, enquanto conversávamos o quanto já havíamos crescido, e a que níveis...
O L.P. até dizia que já media mais de 1 metro!
Então a C., levanta o dedo e pergunta:
- E quantos metros mede Jesus?
Resposta imediata do R., abrindo os braços:
- Ora, Jesus é deste tamanho!




*****
É uma questão pertinente a da C. : ‘Qual é o tamanho de Deus?

quarta-feira, agosto 24, 2005

Um lugar importante...

Ora bem, hoje vamos ter uma visita guiada....
... à Sala de Catequese que acolheu os grupos que orientei no decorrer do ano agora terminado.

A Sala que ocupámos é um espaço que, embora único, está ‘dividido’ internamente em várias partes.

Comecemos pelo CANTINHO DA ORAÇÃO, um espaço onde criamos como que um pequeno altar (redondo! - o balde que usávamos na limpeza furou num descuido). A toalha de renda colocada por cima do balde, está adornada com flores artificiais. Dos lados, saem dois holofotes (bom, digamos antes ‘mini-holofotes’... são daqueles que se colocam habitualmente nos lagos de jardim). Em cima do ‘altar’ uma vela e a Bíblia (Infantil, mas não menos Palavra de Deus). Em frente, uma almofada. Do lado esquerdo uma imagem ‘bem gira’ de Jesus... Está a preto/branco, é certo, mas akele sorriso dispensa qualquer cor! Do lado oposto, uma de Maria...
É aqui que (pois,... mais na altura dos testes!!), vamos ‘apanhando’ um ou outro Catequizando fora do horário da sessão, sentado na almofada ora a ler a Bíblia, ora de mãos juntas à cabeça, ora simplesmente a olhar... Bom, também há aqueles que são especialistas em investigar de quantos Volts serão as lâmpadas dos holofotes (mini-holofotes!)...

No canto adjacente da Sala, temos o CANTINHO DA(S) PALAVRA(S). Este espaço surgiu já quase no final do Ano Catequético, por sugestão da turma do 5º ano. Numa das sessões em que abordámos a Parábola dos Talentos, chegámos à conclusão de que uns tinham jeito para poemas, outros para desenhos... Decidimos então criar este ‘cantinho’: um placard de esferovite colocado em cima de uma fileira de paralelos, por sua vez cobertos com um tecido dourado muito lindo que a L. trouxe de casa.

Ao lado, a todo o comprimento, o MURAL DA LITURGIA. Nesta parede, vão sendo colocadas umas folhas com a indicação da passagem Bíblica dos vários domingos do tempo litúrgico que atravessamos. Por baixo, ‘circula’ uma grande seta com a indicação ‘Estamos aqui’. É uma forma de, para além de introduzir a temática dos tempos litúrgicos, leva a uma maior atenção dos catequizandos na própria Eucaristia, uma vez que já sabem ‘o que o Sr. Padre vai dizer!’ (palavras da B.).

No canto oposto ao Cantinho da(s) Palavra(s), está o CANTINHO DO AMBIENTE. Três cestos iguais trazem a mensagem da Reciclagem, do reaproveitamento de matérias, da protecção da irmã Natureza (irmã porque O Pai, O Criador, é O mesmo). Um dos cestos está decorado a azul, outro a amarelo, e o último a verde. (PS: Minimizava eu a importância deste último, até ao momento em que começaram a trazer de casa os frascos vazios, os copos partidos, as garrafas de vidro.. Tudo porque ‘lá em casa a mãe e o pai não querem ter trabalho, apesar de eu, Catequista, querer proteger o ambiente, mesmo que isso me dê trabalho a mim.’ - palavras da C., num dos dias em que trouxe para a Catequese um saco cheio de frascos de café e compota vazios).

Do lado oposto ao Cantinho do Ambiente, temos o CANTINHO DA BRINCADEIRA. Não!, Não é o que pensam!! Para os jogos e brincadeiras, felizmente, por fazer Catequese numa aldeia, é só o tempo permitir e cá estamos nós no Adro da Igreja, por sinal bem extenso... Felizmente damos outra utilidade ao Cantinho da Brincadeira... Bom, pensando bem, talvez no próximo ano lhe devêssemos trocar o nome e colocar qualquer coisa do género como ‘Cantinho-Armazém’, ou ‘Cantinho daquilo que não precisamos durante a sessão de Catequese e que de certeza nos iria distrair se estivesse por perto’.... Ufa.... que extenso... Talvez Cantinho da Brincadeira seja mesmo a melhor escolha... Passo a explicar: no início de cada Sessão, cada um (Catequizandos + Catequistas + Eventuais ‘Convidados’ - pais, irmãos), coloca neste espaço decorado com cores garridas objectos como pacotes de batatas fritas, guardas-chuvas, gameboys, bolas, bonés, mochilas, malas, telemóveis (sim, sim... segundo a minha estatística, 90 % das crianças das duas turmas que acompanhei tinha telemóvel!!. Só um pormenor: tratam-se de crianças que frequentam o 4º e 5º ano!). O Cantinho da Brincadeira dá assim uma valiosa ajuda na matérias das distracções.

Para terminar, o centro da sala... Como somos em média 30 por sessão, a solução que arranjamos foi colocar as cadeiras em círculo a toda a volta da sala, deixando uns espaços de entrada para os vários ‘Cantinhos’ acima citados.

Depois, no centro da sala, duas metades de um tronco no chão compõem a n/ mesa da partilha.

Sobre a metade superior, umas espigas de trigo e um crucifixo de cortiça em cima do tecido que sobrou daquele que a L. tinha trazido na altura em que criámos o Cantinho da(s) Palavra(s).

Na metade inferior do tronco, uma vela e algumas florinhas artificiais soltas completam a decoração.

Ah! Já esquecia!, antes de saírmos para férias, substituímos o ‘Mural da Liturgia’ pela ‘Parede do Compromisso’, onde afixamos com letras bem garrafais o nosso propósito de ‘Férias Sim, Mas Não de Jesus!’.



(Foto-Motagem da minha amiga MHeymer)


E, bom, este é o passeio guiado ao espaço que nos acolhe todas as semanas...

E vós, Catequistas, o que partilhais sobre o espaço onde recebeis os Catequizandos?

Que ideias / sugestões quereis dividir?

Já agora, que relação tem o local da Catequese com o alcance com maior / menor sucesso do objectivo de cada sessão? E com a motivação do grupo?

Será que podemos criar uma lista de ‘requisitos’ mínimos a que deve obedecer o espaço onde fazemos Catequese? Quais os objectos essenciais que devem existir num espaço onde se faz Catequese?


Ou melhor: será que as paróquias de uma forma geral desfrutam de infra-estruturas que permitam que os Catequistas possam acolher com a dignidade adequada o grupo?

Ainda neste campo: qual a prioridade dada na paróquia relativamente à reparação / edificação de espaços para a Catequese?

... Eu, pessoalmente, sei de uma ou outra paróquia onde os Catequistas têm que se sujeitar a ocupar os bancos da Igreja para fazer Catequese... E muitas vezes (principalmente nos dias de chuva), reúnem-se 2 e 3 grupos na mesma igreja, no mesmo horário...

Bom, aguardo as v/ impressões...



terça-feira, agosto 23, 2005

‘Modelos de Catequese’ vs ‘Catequese Modelo’

Abordo hoje uma temática que me parece pertinente para reflexão antes do arranque de mais um Ano Catequético: os vários ‘Modelos de Catequese’...

Qual / Quais aquele(s) com que mais identifico as sessões que apresento semanalmente?

Consigo distinguir as características de um e de outro modelo nas minhas Sessões de Catequese?

Haverá um só modelo a respeitar e seguir? Haverá uma fórmula mágica para a Catequese ideal?

Poderei eu a partir dos vários ‘Modelos de Catequese’, chegar à ‘Catequese Modelo’?

Bom, está aberta a partilha...

(Crédito: Site da Catequisar.com.br)

MODELO DOUTRINÁRIO

PRINCÍPIOS:

  • especial apego à Bíblia
  • decorar textos e respostas
  • prima pela clareza e segurança
  • as verdades não podem ser discutidas
  • o objectivo básico é convencer
  • exemplos bíblicos e vida dos santos são importantíssimos
  • a catequese nem sempre se liga à vida
  • resposta ao Protestantismo

CATEQUISTA:

  • é um professor, um expositor
  • exige ordem, disciplina
  • silêncio imposto
  • ar de seriedade
  • aprendizagem à base de decoração
  • todos os textos iguais e sempre os mesmos

CATEQUIZANDO:

  • é mero receptor
  • está vazio e a catequese deve preenchê-lo com ideias e conceitos
  • presta atenção para entender bem e prestar contas
  • não é sujeito mas objecto da catequese

MÉTODO:

  • dedutivo-expositivo
  • indiferenciado: formulário para todos
  • programa pré-determinado
  • pouco dado à Bíblia, mais de saber religioso
  • controlado pela autoridade eclesiástica
  • fidelidade ao depósito da fé

MODELO ESCOLAR

PRINCÍPIOS:

  • acentua as verdades das quais o catequizando é receptor
  • aprofunda e defende os dogmas e as verdades
  • o catecismo Pio X torna a catequese mais sistemática com mais frequência aos sacramentos
  • domina a ignorância religiosa
  • predispõe a criança para receber bem os sacramentos
  • a escola é a grande aliada da catequese

CATEQUISTA:

  • tem que ser hábil e didacta, como todo o professor
  • deve testemunhar com a vida o que fala
  • deve ser bem relacionado com os catequizandos (alunos de catequese!)
  • conhece bem a psicologia e as necessidades dos catequizandos

CATEQUIZANDO:

  • tem o dever de aprender, assimilar e viver a doutrina
  • deve participar nas actividades através de cantos, pesquisas, desenhos, empenho na caridade
  • é receptor (meramente) da instrução do catequista

MÉTODO:

  • intuitivo: procura despertar a verdade através do elemento perceptivo
  • gradual: subdivide os programas
  • activo: suscita interesse
  • marcado ainda por "noções"
  • catequese = aula
  • catequista = professor (a)
  • catequizando = aluno (a)

MODELO PSICOLÓGICO

PRINCÍPIOS:
  • começou a ser utilizado mais no começo do século XX
  • atende mais às necessidades das pessoas
  • mais ligado à vida
  • utiliza imagens, desenhos, histórias, histórias, lendas
  • as celebrações litúrgicas e a Bíblia são mais valorizadas
  • a verdade abstracta é apresentada através de Factos Bíblicos e Liturgias

CATEQUISTA:
  • explicador da Mensagem, mas sempre muito fiel às fontes da revelação e da Liturgia
  • educador respeitoso, atento aos ensinamentos reais e das concretas capacidades dos educandos
  • usa mais a psicologia e torna a catequese atraente

CATEQUIZANDO:
  • não é somente um recitador de conceitos e fórmulas, mas participa
  • respeitam-se os seus interesses, gostos, carismas, inclinações pessoais mas, quanto ao conteúdo, permanece passivo

MÉTODO:
  • indutivo, sensível ao mundo concreto
  • método psicológico, porém rígido, esquemático, previsto
  • recai sobre a criança e as suas exigências
  • parte do concreto para o abstracto
  • usa recursos bíblicos, litúrgicos aplicados à vida e com síntese

MODELO EXISTENCIAL

PRINCÍPIOS:

  • educação da fé voltada para a vida
  • importância dos aspectos psicológicos
  • catequese vê a situação do homem
  • catequese que acentua a necessidade de libertação como acentua Cristo no Evangelho
  • denuncia as múltiplas opressões
  • encara o homem concreto; Deus fala na vida do povo. Revela-Se na história

CATEQUISTA:

  • testemunha qualificada de Cristo
  • ajuda o catequizando a viver a Palavra, colocando-o ao serviço de Deus e do próximo
  • utiliza-se da psicologia, da didáctica e da sociologia
  • conhece bem a realidade sócio-política-cultural do povo

CATEQUIZANDO:

  • é acolhido e respeitado naquilo que é: na vida familiar, individual, social, cultural, habilidades práticas, fantasia, criatividade
  • atende-se à sua vida concreta, aspirações e experiências

MÉTODO:

  • antropológico: valoriza as pessoas e as comunidades
  • promove experiências concretas de fé, esperança e amor
  • valoriza todas as fontes de catequese (criação, história, Bíblia, Liturgia, visão eclesial)
  • atende mais às capacidades de cada educando e da comunidade
  • é permanente: propõe fé para todas as idades e situações de vida

sábado, agosto 20, 2005

"ISTO É 'XELENTE!"


Início do Ano Catequético (Fev 2005)
O M. está no 5º Ano. Assume um pouco a função de líder daquele grupinho que organiza as partidas de fútebol duas horas antes da Catequese começar... Ah!, ele e o J.!

Esta era a segunda vez que estávamos juntos este ano. Num grupo de 27 pré-adolescentes, 50% já tinha estado comigo no ano anterior... Bom, os restantes 50% eram 'caras conhecidas'...

Vamos então à 'história' do M.

Agora me lembro que o H. e a B. tinham faltado.

Ora, depois do Acolhimento, o M., numa descontração dakelas, olha para mim com um ar muito de 'chefe', pede para falar e sai-se com esta:

M. - Olha, Catequista, quero q saibas DESDE JÁ que eu só venho à Catequese porque quero casar e o Sr. Padre só deixa casar quem tiver feito o Crisma. Quero que saibas que é só mesmo por isso que eu estou aqui... Só tou mesmo à espera de fazer o Crisma... Portanto, não me xates!

(bom, passo a traduzir esta última parte: "Não gostaria mesmo nada de ser incomodado, por favor!")

Passados 2 meses, no final de uma sessão em que o M. (à semelhança de sessões anteriores) havia participado activamente:
M. - Ó Catequista, olha, afinal eu venho à Catequese porque isto aqui é 'xelente'! ...

:-)

TU AMAS-ME?

***************

“Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro:
- Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?
Pedro respondeu:
- Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.
Jesus disse-lhe:
- Apascenta os meus cordeiros.
Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez:
- Simão, filho de João, tu amas-me?
Ele respondeu:
- Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.
Jesus disse-lhe:
- Apascenta as minhas ovelhas.
E perguntou-lhe, pela terceira vez:
- Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?
- Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: 'Tu és deveras meu amigo?'
Mas respondeu-lhe:
- Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!
E Jesus disse-lhe:
- Apascenta as minhas ovelhas.”
(Jo 21,15-17)

***************

Pois é...

Tal como há 2000 anos atrás fez com Pedro, Jesus também me foi perguntando: ‘Tu és minha amiga, tu amas-me?'

E eu, qual Pedro, lá respondia: ‘Tu sabes que sim...’

E a pergunta surgia novamente: ‘Tu és minha amiga, tu amas-me?'

E outra, e outra vez...

Embora em corpo de adolescente, a minha mente e o meu coração crescidos não compreendiam o porquê de tanta insistência... Bolas! Parecia que não Via... Como é que eu podia não amá-lO? Era uma aluna esforçada, atenta, estudiosa, ia à Catequese todos os sábados, à Missa todos os domingos... Procurava nas minhas orações buscar uma intimidade cada vez maior com Ele... E, bolas, como era possível que sentisse sempre a mesma e inquietante questão: ‘Tu amas-me?’

Não precisava... mas, dada a teimosia que me caracteriza, decidi de uma vez por todas ‘abrir o jogo’ e dizer: ‘Tu sabes que sim. Vou demonstrá-lo!’

Bom, ok... eu sabia que não era Pedro (=pedra)... sabia que não passava de um grãozinho de areia... mas há-que avançar...

Após a Profissão de Fé, ingressei no Grupo de Catequistas da minha paróquia... Imediatamente fiquei comprometida! Não ‘descolei’ mais!! Não dá! É mais forte do que eu!! É uma vivência diária! São as pesquisas na net, são os 5 minutos diários para preparação da sessão do sábado seguinte, é a troca de telefonemas e sms com os restantes Catequistas, é o testemunho diário desta festa que é SER CATEQUISTA!

E porque o catequista não age sozinho, mas em comunhão, este é pois um espaço que (espero eu) venha a:

aperfeiçoar conhecimentos
trocar sensibilidades
partilhar experiências e testemunhos
actualizar informações
escutar, reflectir e aprofundar vivências de adesão e intimidade com Jesus
cultivar o espírito de convívio entre Catequistas (e não só)
viver a alegria pela Igreja, pela Bíblia, pela Eucaristia
... simplesmente, celebrar este entusiasmo de dar e receber a pessoa de Jesus!

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