sábado, outubro 14, 2006

.

>> FORMA BREVE>>

Uma convivência imperfeita... um (duplo) ajuizamento precoce... um post... a reprimenda...
Suspenso! É como este blog vai ficar (também).


>> FORMA LONGA>>

"Oi esta tudo bm cmtigo? imagino k ñ pois a noticia core depresa ñ é? (…) estou triste. (…) .(…) bjs ass: (nome) da catekese.bjs"

Esta SMS foi enviada por uma catequizanda de um dos grupos que acompanhei no ano passado.

Uma das algumas SMS que tenho recebido esta semana... das mais... digamos... das mais 'fáceis'...

Tenho procurado não alimentar a questão... resguardar-me... não intensificar esta querela... não me aproximar... e quando a surdina e o silêncio se revelam impraticáveis, acima de tudo, encorajado à continuação na Catequese... que uma pausa faz bem e é necessária... que o mundo dos adultos por vezes não é de fácil compreensão... que Jesus conta com eles... sempre... tenho procurado manter a calma e a serenidade... lá... cá...aqui dentro...

Não, não vale a pena complicar o que é simples...

Manter-me-ei firme no meu propósito de não agir, denegrir ou pretejar a imagem de quem quer que seja...

Não julgo ninguém.
Muito menos condeno seja quem for.
E como ser humano, como pessoa, tenho o direito de não ser julgada por ninguém.
Muito menos ser condenada seja por quem for.

Não sou vítima... Em qualquer contenda, todos são vítimas e todos são os maus da fita... Não há como fugir... Como tal não me vitimo pelo desfecho que este capítulo teve...

Já fiz pausas, sim... por vezes é necessário parar, em tudo na vida... Deixar que o intervalo dê lugar a um período introspectivo e de reflexão. Colocar a 'mecânica' de lado.

Mas a pausa é uma carência que deve surgir de dentro para fora... o contrário assume outras denominações menos amáveis... como as que tenho observado nos últimos dias.

Dei corda ao relógio. Pu-lo a andar para trás, como se de um filme se tratasse... procurei cada cena, cada momento, cada palavra.

Não estou magoada (só) pelo que aconteceu, mas acima de tudo sentida pela maneira como tudo se passou. Decepcionada também.

Além de que até hoje, ainda acreditei, sim, que as coisas pudessem mudar.
Cortejei uma certa dose de esperança…

Agora, estou desacreditada, embora conformada (ou quase isso).

Depositei muitas expectativas na possibilidade de começar do zero, sim... assim, devagarinho... prontifiquei-me, mostrei-me disponível para tal... com humildade... que o estou a fazer também por outras encostas... com total abertura... com firmeza... assim... olhos nos olhos...

A disponibilidade acabou por ser declinada...

Semi-declinada... (ok, posso estar magoada, mas devo evitar 'puxar a brasa à minha sardinha')... O convite "se quiseres, ao longo do ano vamos resolvendo isto", aliado ao 'correctivo' "mas dar catequese este ano é que não",... existiu sim... mas, bom, não combinam... pelo menos para mim...

"Para o ano"..

Não concebo as coisas assim duma forma tão simplista. O que muda 'para o ano'... assim?

Nas minhas orações (que durante um certo período de tempo primaram muito pouco pelo espiritual e pelo teológico, confesso), cheguei a dizer para mim mesma (para mim mesma, até parece!) que não daria mais um passo que fosse, enquanto não entendesse as razões para que algo que é tão sólido na minha vida, parecesse ser subitamente transformado em algo tão tíbio.

Divergências vão existir sempre porque somos indivíduos e felizmente temos mentes e corações distintos para pensar.

Pensar diferente, se for o caso. Pensar igual, quando tiver que ser também.

Quando feito nos domínios do respeito e da veracidade, todos temos como direito dizer / pensar diferente, ou igual, é certo (art. 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, se não me engano).

Fazê-lo com assertividade e coerência é o desafio.

Num relacionamento saudável, seja ele de que ordem for, são importantes atitudes construtivas, e não posturas que dêem lugar a um forte desgaste... físico e psicológico... Mútuo... Sei disso. Assumo-o.

Agora...

Bom, agora...

1 – Atrevo-me, mesmo conhecendo os limites da minha insipiência, a distinguir grandezas que me parecem bem mais elevadas que (im)compatibilidades (inter)pessoais... penso eu de que...
Fica um par delas:
- a realização plena do percurso catequético (com todas as pressuposições que induz);
- a Mensagem.

2 – A decisão unilateral de afastamento leva-me, não a vacilar na minha fé, mas, francamente, a duvidar dos Homens...
A complexidade de um sistema que se revela em constante mutação.
"Para Ser Catequista, há-que ter o Crisma feito". Ok. Uma busca rápida em documentos variados não trouxe um esclarecimento fundamentado. O chamamento, a disponibilidade e um curso de iniciação não eram suficientes. "O Crisma é essencial". Confirmação - Sacramento de Iniciação. Sim, tudo bem. Até 'não era nada comigo'... Havia celebrado o Sacramento da Confirmação na devida altura. A situação daquelas 5,6 adolescentes era diferente. "Porque são regras" não é explicação, mas ok...
Agora, 'brota' outra 'condição'.
Ignora-se a 'Confirmação', os 'Cursos de Iniciação', outros mais alguns, a disponibilidade, o empenho, o trabalho realizado, a relação com a comunidade catequética... abafa-se a exigência interior. (adenda: ordem aleatória).
Tudo é descrédito.
E dá-se lugar a um afastamento baseado tão e somente num relacionamento (inter)pessoal.
Um afastamento que questiona.
Que estrepita.
Que magoa.
Interpelo-me sobre muitas coisas a este respeito... não o faço aqui... No momento próprio, na altura devida, sim.

3 - Lamento que os Catequistas e outros grupos da paróquia tenham tido conhecimento da "decisão" antes de mim... a falta de comunicação como constante.

"- Por essas e por outras é que eu não me meto em nada"
"- Ir pra lá e depois andar como os que lá estão? Só dá chatices isso... Vou à missinha e chega muito bem"
"- Os que mais andam de volta das igrejas são os que menos vivem o que apregoam"
"- Os que se dizem cristãos e que dizem conhecer a Deus, no fundo o seu conhecimento não passa das páginas da Bíblia"


Quantas vezes já não ouvimos estes comentários? No nosso meio, mesmo...

Lamentavelmente, ainda há uma lacuna a nível da chamada 'eclesiologia de compromisso'... geral...

O Evangelho continua a ser mais explorado intelectualmente do que a ser feita a sua aplicação na prática.

A culpa? Não tenho a certeza se há lugar a 'culpas'... Em caso afirmativo, não morre solteira... Estende-se a todos... aos que falam, aos que ouvem, aos que trabalham, aos que trabalham menos...

Não o leio com o prazer com que saboreio outros autores, mas recordo uma frase de Saramago que dizia que "seria muito violento viver se não houvesse a esperança de deixar de o fazer um dia". É bem verdade... não necessariamente aplicada à vida, vida em si... mas a pequenos momentos, fracções, vivências dessa vida... esta frase faz muito sentido, sim….

Tudo tem um fim. É a lei da vida.
Mas tudo tem também um significado. (Também deve ser a lei da vida.)

Temos que saber reconhecer quando uma etapa chega ao seu términos.

Nem tudo é mau... O fim é evolutivo, basta querermos.

O que não adianta é persistir mais do que o tempo necessário... corremos o risco de perder as rédeas de outros desafios que temos ainda para percorrer.

É importante abrirmos espaço para que outras 'coisas' tomem o seu lugar.

"Espero que nunca te esqueças que podes sempre contar connosco e espero também que para o ano estejas outra vez aqui." – São palavras de uma catequista (lá) da paróquia. Obrigada.

"Tem paciência. Jesus ensina-nos a dar a outra face." – Dizia-me alguém que fez questão de 'revitalizar' o assunto. Penso com os meus botões: 'Ok, está bem, dou. Mas só tenho duas'!

"Não vais desistir, pois não? Não podes fazer queixa a ninguém?" – Não sou de o fazer... nem de 'desistir', nem de fazer 'queixinha'... nunca o fiz, nem um, nem outro, não seria agora. Aliás, queixa de quê? Não posso impor a minha presença e disponibilidade. Em termos cíveis, urbanos, burocráticos, jurisprudenciais, aplica-se. Aqui não. Não disputo sentimentos nem consciências. A oração e a serenidade são as melhores conselheiras. E o que de melhor continuo a ter para dar, juntamente com transparência e humanidade.

Não costumo prantear impertinentemente as partidas que a vida prega... seja a mim, seja aos outros... encaro-as de frente... tal como muita gente o faz e bem... fito-as e aplico-lhes a etiqueta do ABC...
(toda a experiência negativa leva-me a um) Amadurecimento
(sendo que depois da tempestade vem sempre a) Bonança
(na certeza de que Deus me Dará o suficiente em) Coragem

[Desta vez, bom, desta vez, teria que juntar umas quantas letras...]

Conheço "por dentro" outros "rumos".

Tenho o privilégio de no meu círculo de amigos, contar com "praticantes" e "não praticantes". Espíritas, Bahais, Cristãos Evangélicos, Cristãos Católicos, Cristãos somente...

Procuramos um entrosamento baseado no respeito inter-religioso, considerando a convicção espiritual de cada um (ou a falta dela, nalguns casos).

As nossas conversas não recaem necessariamente sobre "religião, política e futebol"... Mas quando acontece, a conclusão é uníssona: todos os caminhos, quando baseados no amor a Deus e ao próximo, levam-nos à santidade.
O importante é ser bom.

Podem parecer palavras vãs, tiradas dum livro qualquer de poemas... palavras que todos repetem mas poucos praticam, blabla barato... Mas que, no fundo, no fundo, não se revelam tão 'fúteis' quanto isso... São sempre as 'mesmas palavras' porque outras deteriorariam o sentido básico mas tão fértil da mensagem.

Eu acredito em Deus, sim, num único Deus, Cheio de amor e bondade, O Criador.
O N., q é Bahai, acredita em Deus, num único Deus, Bom e Misericordioso.
A M. acredita que há Alguém Maior que ela, que a ama e que não a abandona…

Ora, se eu acredito num só Deus, X acredita num só Deus, e Y acredita também num só Deus... bom, então só podemos estar todos a falar dO mesmo Deus!

O que há são 'rotas', caminhos diferentes, que nos levam a Esse mesmo Deus, que Quer trabalhar em nós. Só pode! Como 1+1 serem 2 (que nem sempre são, é certo!).

(Bom, não divagando…)

De entre um índice vasto, a Igreja Católica é a 'rota' que decidi seguir.
Uma decisão tomada consciente e livremente, uma posição assumida muito para além da tradição incutida ou de hábitos enraizados.

Um hábito não é uma necessidade!

Sou Igreja, sou Católica porque os seus fundamentos, os seus preceitos conduzem-me mais forte e ardentemente ao Amor dO Pai.

Uma Igreja formada por homens e mulheres que erram, sim. Que tropeçam, que caem… mas que também se levantam e, acima de tudo, que têm a capacidade de perdoar e amar! Homens e mulheres criados 'à imagem e semelhança' de Deus.

Confio que tudo o que é visível trata-se de uma manifestação do invisível.

E é nesta óptica que faço Catequese 'Católica': porque não posso guardar só para mim a grandeza desse amor divino, dessa comunhão com Deus.

Uma comunhão verdadeira, despretensiosa. Tão íntima e ao mesmo tempo tão desabotoada a todos quantos a queiram conceber.

Tempos houve em que 'dava' Catequese...

Outros houve, em que 'fazia' Catequese... ora porque até há poucos catequistas... ora porque se assiste a uma crise de fé... porque até gosto de crianças... por boa-vontade... ou para retribuir aquilo que também me deram a mim...

Os tempos mudam... Mudam-nos... Hoje, procuro aprofundar e descobrir novos alicerces para o porquê de "Ser Catequista"... Ainda não são definitivos, é certo, mas são mais consistentes, sem dúvida… Mais densos... Dia após dia...

Partilhava a I., num email, que o nosso encargo é tamanho, tamanho, que através da Catequese, fazemos parte da vida de dezenas de crianças, adolescentes, pais. De toda uma comunidade... Muitas vezes, a/o Catequista é uma referência até na escola dos catequizandos. Ao mundo deles levamos Jesus... um assimilar mais manifestado nuns que noutros, é certo... menos ou mais exposto... Mas sempre presente. Pessoas diferentes... Carências diferentes... Sentires diferentes... Uma mesma presença: a dEle!

O 'personagem' catequizando deixou de ser um mero receptor da mensagem... Hoje não! Hoje cada catequizando, como individuo que é, e nas características próprias que esse estatuto lhe confere, cada catequizando é também ele interlocutor e parceiro na caminhada de fé.

As certezas deixaram de ser construídas em castelos de areia, e passaram a ser arquitectadas, planeadas, erguidas tijolo a tijolo (que é como quem diz, Verdade a Verdade).

Tenho vindo, assim, a levar avante o projecto da minha 'casa'... Outros há que fazem o mesmo, mais e melhor ainda, graças a Deus!

Procuro fazer Catequese há mais de 10 anos.

Trabalhei na paróquia. ... Ao longo dos últimos anos, desenvolvemos um grupo de catequese organizado, estruturado, notável mesmo... Com dificuldades e privações próprias de quem caminha, é certo. Trabalhei com a paróquia. Na Catequese e não só... Com carinho, muito... Sem necessidade de grandes sacrifícios externos ou renúncias aparentes... Quando actuamos com total abertura e disponibilidade, o lado 'menos bom', uns certos e eventuais 'espinhos', convertem-se em pétalas perfumadas, coloridas como convém...

(Mera) poesia? Discordo!

Quanto muito, um ideal utópico de uma Igreja fiel aos princípios do Seu Criador.

Quem dá, dá-se, caramba! Quem o faz, sabe do que falo...

Todos temos muito para dar...

Nem doutra forma pode ser! Ele Dá-nos muito mais num minuto do que aquilo que nós Lhe poderemos dar numa vida toda!

Por isso, não... não volto as costas à Igreja... talvez sofra mesmo da tal teimosia que me leva a permanecer fiel. Agora sim! Um dos meus (muitos) defeitos emerge: a teimosia! ;-) Esta é diferente, JR.! ;-) ehehe

Bom, a sério...

A fé não se perde porque a igreja até está velha e a cair... a fé ganha-se porque a igreja precisa de obras e eu vou trabalhar para isso, em comunidade.... A fé não se perde porque o relógio da torre parou... a fé ganha-se porque o relógio precisa que eu o acerte, e que lhe dê corda, constantemente... A fé não se perde porque a,b ou c criticam e até magoam... a fé ganha-se porque eu amo a,b e c como eles são, submergindo os seus defeitos e engrandecendo as suas qualidades. São criaturas do mesmo Criador. Deus não Erra nem Comete equívocos!

Somos cristãos para amar, anunciar, socorrer... [um pouco o tríplice múnus - Sacerdotal, Profético e Real – de Cristo de que fala a Constituição Dogmática 'Lumen Gentium' – a Luz dos Povos (n.º 31)].

Somos cristãos quando as provações nos fazem crescer, amadurecidos pelas dificuldades.

Somos cristãos quando conservamos a esperança.

Somos cristãos quando não hesitamos em realizar "grandes" obras, comprometidas com a vida.

Somos cristãos quando ultrapassamos a atribulação sem nos deixarmos comprimir por ela.

Somos cristãos quando, como diz S. Pedro, estamos "sempre prontos a responder em (nossa) defesa a todo aquele que (nos) pedir a razão da esperança que há em (nós)" (1 Pd 3,14-15).

Somos Cristãos quando seguimos a recomendação de Maria: "Fazei tudo o que Ele vos Disser" (João 2, 5)

Somos cristãos quando praticamos o Cristianismo.

Com uma comunidade ou com outra, mas sempre com Cristo.

Como nos diz a 'Gaudium et Spes' há-que colocar de lado a desilusão, o desalento, a hesitação, a fadiga e, descobrir novas iniciativas, levando-as à prática.

Tudo começa por um Início.

Não retenho uma definição exacta de 'Início'... nem sei tão-pouco se existirá... À falta de melhor, rejo-me por uma das leis de Newton que assimilei no tempo de estudante: tudo é constante e inerte até que algo o coloque em movimento.

Por isso, talvez dê início à caminhada noutra paróquia, sim.

Num pequeno encontro de Catequistas, tive a oportunidade de conhecer um pouco mais 'dessa' paróquia... (O tempo encarregar-se-à de a carcaterizar como a 'minha' paróquia...) já me apercebi das imensas carências a nível de Catequese... Falta tanta coisa... Partilhei algumas ideias... O entusiasmo notou-se. Devagarinho... Passo a passo... A expectativa é grande! O desafio é maior! Exige acção, compenetração, empenho.... Dedicação! Caminho! A ver vamos…

E para quem conseguiu chegar até aqui ;-)uma achega final, mesmo a terminar: não escrevo para 'parecer' bem, para passar uma 'imagem' ou para arreliar...

Faço-o porque descobri que as palavras também podem pintar, desenhar, rabiscar Deus.

Ele Vive em mim também através das letras que escrevo... das letras que tantos escrevem!

Quantos blogs não há que são verdadeiros testemunhos de Amor a Deus? Conheço centenas... muitas mais estão ainda por descobrir, é certo.

Cada palavra sobre Deus ganha vida e cor.

Cada letra minha, tua, nossa, é um pedacinho de nós, para Deus desenhada (teclada?)

É um refúgio de murmúrios, de alegrias, de partilha, de conversas entre "nós", sejas tu, que estás desse lado, quem fores.

Não sou boa com aguarelas e canetas de feltro (os catequizandos sabem-no :-)).

Por isso, pinto, pois, Deus, da forma que sei: escrevendo.

Quanto ao "Catequiso, logo… existo!"... bom, o lema mantém-se.. Assim... sem exibicionismos chatos ou ostentações exorbitantes....

O blog é que não...

Como já o disse anteriormente, é tempo de continuar, mas noutra direcção... na dimensão virtual não há-de ser diferente…

A experiência, as pessoas que "conheci", as opiniões, as dicas, as ideias partilhadas... nossa... quanta gente e sapiência abracei neste ano de blogosfera...

Todas as palavras e experiências compartilhadas ensinaram-me muito e contribuem para me tornar uma catequista, uma pessoa melhor, mais esclarecida.

Bom, reconheço que este espaço não primou pela quantidade extrema, nem tão pouco pela qualidade teológica/erudita que talvez um espaço destes deveria respeitar...

Também não foi um campeão de visitas, é certo... Poucas, mas boas, como diz o povo...

Desde a sua génese, há (havia) 3, 4 pessoas que me conhecem, que conhecem o blog e que nos associam...
Hoje, há mais... parece que muitas mais... Se isso é bom? Se é menos bom? Não encontrei ainda uma resposta plausível e fundamentada, como todas as respostas devem ser....

De qualquer forma, fica interrompido...

O endereço electrónico (catequiso.existo@mail.pt) mantém-se. [Um aparte: ainda estou a ‘dever’ material a alguns catequistas… Ups!... Sei disso… Responderei a todos os emails, sim. Continuarei a auxiliar, dentro da minha humildade e pequenez, o percurso catequético doutros colegas de caminhada. Sei que me espera o mesmo desse lado! Tem sido frutífera, sim, a partilha! A minha sugestão é que persista!]

Eu continuarei pois...

Noutro espaço.... Noutro blog, talvez...

Por aqui, as coisas ficam assim...

Aqui e agora.





Oração do Abandono (Charles de Foucauld)

Meu Pai,
Eu me abandono a Ti,
Faz de mim o que Quiseres.
O que Fizeres de mim,
Eu Te agradeço.

Estou pronto para tudo, aceito tudo.
Desde que a Tua vontade se faça em mim
E em tudo o que Tu Criastes,
Nada mais quero, meu Deus.

Nas Tuas mãos entrego a minha vida.
Eu Te a dou, meu Deus,
Com todo o amor do meu coração,
Porque Te amo
E é para mim uma necessidade de amor dar-me,
Entregar-me nas Tuas mãos sem medida
Com uma confiança infinita
Porque Tu És...
Meu Pai!

quinta-feira, outubro 12, 2006

+ Hospital da Consciência +

"HOSPITAL DA CONSCIÊNCIA"
(enviado por email pela Catequista Dany)

Assim como anualmente se deve procurar fazer um check-up medico geral, há-que diariamente fazer uma consulta espiritual...

Pois eu fui ao hospital de Deus fazer uma revisão de rotina e constatei que estava doente...

• Quando Deus me mediu a tensão, viu que eu estava baixa de Ternura...

• Ao medir-me a temperatura, o termómetro registou 40 graus de Egoísmo...

• Fez-me um electrocardiograma e o diagnóstico foi preciso - necessitava de vários “By-pass” de Amor - as minhas veias estavam bloqueadas e não abasteciam o meu coração vazio...

• Passei pela ortopedia. o podia caminhar ao lado do meu irmão e tão pouco podia abraçá-lo, porque tinha feito uma fractura ao tropeçar quer na minha Vaidade, quer no meu Orgulho...

• Também me encontraram miopia, já que não podia ver para lá das Aparências

• Quando me queixei de surdez, Deus diagnosticou-me ficar só nas palavras vazias de cada dia.

Foi então que Deus me disse: Ao saíres daqui, Promete usar somente os remédios naturais que te receito, mediante a Minha Palavra

Assim:
• Para começar, amanhã de manhã tomarei um copo de Agradecimento
• Ao chegar ao trabalho, uma colher de sopa de Bom Dia
• A cada hora um comprimento de Paciência, um copo de Humildade, e duas unidades de Bom-Humor...
• Ao chegar a casa, prometo, vou ter diariamente uma injecção de Amor, e ao deitar-me, duas cápsulas de Consciência Tranquila.

O bom disto é que as consultas são gratuitas…e sem fila de espera!

quarta-feira, outubro 11, 2006

Bibliografia na Catequese

O desafio é identificarmos obras bibliográficas / documentos relevantes para o magistério do Catequista...

Assim de repente, ficam 3:

- Bíblia Sagrada;
- Catecismo da Igreja Católica;
- Catechesi Tradendae, de João Paulo II (1979).

terça-feira, outubro 10, 2006

"quando nos damos aBuNdAnTeMeNtE, metade do mundo pensa que somos loucos…" (Anónimo)

Novembro de 2005
Celebração do Sacramento da Confirmação

A R. era uma das catequizandas do primeiro ano.
Porque o espaço destinado à Catequese se revelara insuficiente, estava sentada no meu colo, enquanto decorria o momento da Comunhão...
O grupo coral que animava a Eucaristia iniciou então o cântico:
"Eu Vim, para que tenham Vida, e a tenham em abundância.
Eu Vim, para que tenham Vida, e a tenham em abundância."
(Jo 10,10b)
A dada altura, a R. inclina-se e pergunta, num sussurro:
- Catequista, o que é 'abundância'?
- 'Abundância' significa muito, significa uma grande quantidade de Vida...
- Muita vida, Catequista?
- Sim, muita Vida...
- Até aos 60 anos?
- Esta Vida que Jesus fala é mais vida, ainda, que 60 anos...
- Até aos 1000 anos??
(Mil anos??! – mas onde é que esta pequena foi buscar este número? Só frequenta a escola há uns dias...)
- Ó R., esta Vida que Jesus fala não se conta assim, por anos...
Interrompeu-me:
- Ah!, já sei: é até ao infinito, não é?

Olha, sabes que mais, tens razão, R.... a Vida que Jesus traz é infindável, excepcional, eterna... infinita sim!

Mais ainda quando esta presença fértil se caracteriza por uma entrega contínua, onde Lhe pedimos que tome conta da nossa Vida e faça de nós a pessoa que Ele Deseja que sejamos...

Mais ainda quando, para a experimentarmos, acolhemos com carinho e compromisso a mensagem que Ele próprio nos Deixou, e fazemos da Sua Palavra a nossa vivência diária.

É a certeza de que Ele não nos decepciona...

No fundo, é acolhê-lO e fazer desta aceitação uma opção de Vida total por Ele, pelos Seus ensinamentos, pela Sua Palavra....

E depois de experimentada esta verdadeira abundância, veremos que ser rico [fica já uma achega para o Evangelho do próximo Domingo], muito pouco tem a ver com aquilo que eu possuo... tem sim tudo a ver com aquilo que eu sou – quando partilhamos quem somos, a verdadeira abundância acontece.

Há mais: como comentava (e bem) o Paulo num post anterior, as coisas não se podem ficar pela teoria... há-que passar à prática... inverter caminhos, se necessário...

Como?

Quanto mais...
- permitir, na hora H, que a abundância aconteça em mim, de dentro para fora (e não o contrário);
- penetrar no mais íntimo do nós (eu+Deus), e tomar consciência da dimensão da minha interioridade;
- quanto mais...
- quanto mais...

E não, não são necessários grandes gestos, obras opulentas, palavras complexas...

Basta 'amar'...

... 'A-M-A-R'...

Digo-o, soletro-o e repito-o sem qualquer pudor ou ritualismo linguístico...

Certamente todos nós amamos a Vida. Ainda que contornando os pequenos obstáculos que vão surgindo... Ainda que por momentaneamente até pareça que não merecemos isto ou aquilo... Ainda que com a certeza de que, um dia, ela terá um fim... passageiro.

Amamos sim...

Optimismo excessivo? Hummm... Não sei...

Vejamos: os ginásios prolificam, a alimentação natural conquista diariamente novos adeptos, as caminhadas entram na rotina de muitos, os chás milagrosos prometem saúde e juventude.

Ok, não posso conduzir-me por sendas tão utópicas, ao ponto de ignorar "o outro lado"... É certo que, se por um lado, quase corremos atrás de poções encantadas para resguardar a vida, por outro lado, assiste-se a um "conceito" de vida que a revela tão frágil e enferma: homicídios, suicídios, sequestros, pedofilia, doenças graves, etc., etc... Não esmoreçamos... Também aqui, não estamos desprotegidos... Jesus lança o desafio: «Vinde a mim» (Mt 11,28).

Num e noutro caso, falamos da vertente humana da Vida, é certo...

No que toca à dimensão espiritual...

...Todos temos algo para dar... isto é inegável!

Talvez A seja um bom ouvinte, talvez B tenha jeito para artes florais, para pintura, música... O C pode ser um bom falante... Brotam do D gestos de acolhimento e partilha...

Essa é a abundância, a abundância de cada um!

Mas daí a experimentarmos a verdadeira vida em abundância...

O segredo? Talvez conjugar o melhor de ambas as dimensões... Jesus Fê-lo... A Sua natureza divina estreitamente ligada à Sua natureza humana...

Recordemos a analogia dos ramos unidos à videira (Jo 15,5)
*Vida gera Vida*

Recordemos o mandamento maior: Amar como Ele Amou (Jo 15, 9-12)
*Amor gera Amor*

A firmeza é sempre esta: Ele Veio para que TODOS tenham VIDA... e, mais do que isso, VIDA EM ABUNDÂNCIA.

Para terminar, um pouco de 'Experiência Humana' ;-)
Há uns anos atrás, numa sessão de Catequese enfatizava esta generosidade tremenda de Jesus (que não só Veio para termos Vida, mas mais ainda, Vida em abundância).
Um dos catequizandos, num gesto fácil e espontâneo, lá se saiu com uma expressão que guardo até hoje: "Também… não Se fica por menos…."

10 Outubro - 125 anos sobre a morte do CATEQUISTA DE ÁFRICA - S. Daniel Comboni


"Tende coragem; tende coragem nesta hora difícil e mais ainda no futuro. Não desanimeis nunca. Enfrentai sem medo todo o tipo de tempestade. Não tenhais medo. Eu morro, mas a minha obra não morrerá".

www.combonianos.pt
www.comboni.net

segunda-feira, outubro 09, 2006

(a)corda!

Já não a via há algum tempo... Há semanas, talvez... Dois beijinhos e sentou-se na minha mesa do café. Palavra puxa palavra... Como vão as coisas na escola... Testes marcados? Ups... E lá por casa? ...Ainda bem... Sim, essas calças assentam mesmo bem... Compraste nos saldos? Só?? Que pechincha... E quanto a Catequese.... Catequese, sim começa agora, certo?... Uns dizem lá na escola que vão, outros nem por isso.... E tu? ... Eu? ... Não sei... Não sabes?...Não, não sei, Catequista... Mas afinal não sabes o quê?... Se vou continuar na Catequese, essas coisas... Ok, mas e então porquê?.... Porquê?! Ora, Catequista, ACORDA!!!!

[Bolas! Será assim tão óbvio?!]

(Ainda brinquei...) Ouve lá, o que é que tem "a corda" ? Riu. ... Depois, mais a sério... Conversámos... Afinal, "a corda" existia sim... Se bem que mais se assemelhasse a um cordel... Um fiozito... (Talvez seja da idade)... (... será ?)... O tempo acabou por se fazer pouco, mas suficiente para 'sacudir' algumas... digamos, algumas 'coisas'. Havemos de continuar esta conversa. Entretanto, vou esfregando os olhos, procurando activamente manter-me... acordada...

Levar o Catequizando a abrir-Lhe a porta, recebê-lO e cear com Ele... (Ap 3, 20) – este é o desafio da missão do Catequista. A conversa de ontem reforçou-o mais ainda...

sábado, outubro 07, 2006

DECÁLOGO DA SERENIDADE, de Ângelo Joseph Roncalli (Papa João XXIII)

Dez sugestões de conduta para quem aspira à Paz...consigo, com os outros, com Deus...
Para ir colocando em prática no início de mais um ano de Catequese...

i - Procurarei viver pensando apenas no dia de hoje, exclusivamente neste dia, sem querer resolver todos os problemas da minha vida de uma só vez.

ii - Hoje, apenas hoje, procurarei ter o máximo cuidado na minha convivência, cortês nas minhas maneiras, a ninguém criticarei, nem pretenderei melhorar ou corrigir à força ninguém, senão a mim mesmo.

iii - Hoje, apenas hoje, serei feliz. Na certeza de que fui criado para a felicidade, não só no outro mundo, mas também já neste.

iv - Hoje, apenas hoje, adaptar-me-ei às circunstâncias, sem pretender que sejam todas as circunstâncias a se adaptarem aos meus desejos.

v - Hoje, apenas hoje, dedicarei 10 minutos do meu tempo a uma boa leitura, recordando que assim como o alimento é necessário para a vida do corpo, a boa leitura é necessária para a vida da alma.

vi - Hoje, apenas hoje, farei uma boa acção, e não direi a ninguém.

vii - Hoje, apenas hoje, farei ao menos uma coisa que me custe fazer, e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba.

viii - Hoje, apenas hoje, executarei um programa pormenorizado, talvez não o cumpra perfeitamente, mas ao menos escrevê-lo-ei, e fugirei de dois males, a pressa e a indecisão.

ix - Hoje, apenas hoje, acreditarei firmemente, embora as circunstâncias mostrem o contrário, que a Providência de Deus se ocupa de mim, como se não existisse mais ninguém no mundo.

x - Hoje, apenas hoje, não terei nenhum temor, de modo especial não terei medo de gozar o que é belo, e de crer na bondade.

sexta-feira, outubro 06, 2006

S. Pio X - Patrono dos Catequistas

... Hoje, um pouco de História...

O Papa S. Pio X nasceu a 2 de Junho de 1835, em Rise, no Treviso, norte de Itália. Foi baptizado no dia seguinte com o nome de José Melquior Sarto.

O seu pai, funcionário estatal, faleceu ainda novo, deixando a sua mãe, Margarida Sanson, viúva com dez filhos para criar, sendo José o segundo.

De família muito simples e religiosa, o pequeno José, com muito esforço e sacrifício conseguiu entrar para o Seminário de Pádua, onde estudou. Desejou ainda interromper os estudos para auxiliar a família, mas a mãe estimulou-o a continuar, tendo sido ordenado Sacerdote aos 23 anos.

Durante 9 anos, foi Capelão em Tombolo. Por mais 9, foi Pároco em Salzano. Por outros 9, foi Cónego e Director Espiritual em Treviso. Durante 9 anos, Bispo de Mantua. Outros 9 anos, Catedral-Patriarca de Veneza.

O Cardeal José Sarto, foi então eleito Papa em 4 de Agosto de 1903, quando ocupou o lugar do Papa Leão XIII, por 55 votos (em 60).

Tomando o nome de Pio X, chamava a atenção pela modéstia e pobreza. Àqueles que o chamavam de 'santo', José Sarto respondia: "Não santo, mas Sarto".

Conta-se até que pediu dinheiro emprestado para comprar as passagens de ida e volta rumo ao conclave que o teria escolhido Papa, pois não acreditava num erro do Espírito Santo.

O lema do seu pontificado era o de "Restaurar todas as coisas em Cristo" - Instaurare omnia in Christo.

Promoveu a renovação litúrgica, reformando / simplificando a música sacra, propôs aos fiéis a comunhão frequente, derrubou as barreiras seculares que separavam a Cúria romana da prática pastoral e favoreceu a fundação de um Instituto Bíblico em Roma, em 1909, anexo à Universidade Gregoriana.

Elaborou o novo texto do Catecismo, codificou o direito canónico, favoreceu a instrução religiosa das crianças com o catecismo, permitindo-lhes fazer a comunhão em tenra idade.

Procurou, em vão, evitar a I Guerra Mundial, condenando o neologismo que envolvia a sociedade e rebatendo por amor à Verdade, o relativismo moderno e a ignorância religiosa.

No decorrer dos seus 11 anos de pontificiado, foram lançados mais de 3.000 documentos oficiais.

Morreu em Roma a 20 de Agosto de 1914, aos 79 anos.

São Pio X, um dos maiores Pontífices de todos os tempos, foi o único Papa canonizado no século XX, a 29 de Maio de 1954.

No dia 21 de Agosto celebra-se a sua memória litúrgica.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Pode até ser só uma questão de interpretação, mas...

--> Qual é a expressão mais correcta...

a) Catequese de Adultos?
b) Catequese com Adultos?
c) Catequese para Adultos?

... Uma dúvida despontada na conversa desta tarde com a N....

sábado, setembro 30, 2006

"O Catequista que reza, [não] precisa de formação?"

Um dos frutos da criação e manutenção do 'Catequiso', é a troca de correspondência electrónica que se tem proporcionado (intensificado!) com alguns Catequistas de paróquias de vários pontos do país.

Temos vindo a cruzar material formativo, sugestões, dicas...

Temos tido a oportunidade de partilhar experiências, opiniões, sentimentos...

E tudo isto, tendo como base esta vivência que é Ser Catequese!

Um dos últimos 'rendimentos' desta agradável partilha, é um artigo simples, curto, ligeiro..., mas com uma temática de fundo atraente: Formação - porquê (ainda) uma certa 'resistência'?

Foi-me enviado pela Isabel, Catequista na região Centro.

Aqui fica (com a menção possível quanto à autoria do mesmo):


O CATEQUISTA QUE REZA NÃO PRECISA DE FORMAÇÃO?

Certa vez um catequista disse: "Gosto de rezar bastante. Rezo todos os dias. Não preciso de formação como os outros catequistas, pois o Espírito Santo ensina-me tudo".

E tu, o que responderias a este Catequista?

Quem deseja viver bem tem que cuidar da saúde, da alimentação, da família, do trabalho, do descanso, das amizades, da oração, do estudo... Se cuidamos só de certas dimensões da vida e não de todas, paramos de crescer.

O Espírito Santo santifica-nos não só pela oração, mas por todas as dimensões normais da vida. Fala-nos por meio da alegria, da paixão, da solidão, do sofrimento, da amizade...

Não adianta rezar constantemente se fechamos os olhos ao que Deus nos diz através da vida. Com o Catequista não é diferente. Para assumir a sua missão, ele precisa conhecer e cultivar a vida em todos os aspectos.

A formação é essencial. Favorece o amadurecimento da fé do Catequista e oferece-lhe condições para levar os catequizandos pelo mesmo caminho.

O “Estudos n° 59 da CNBB, Formação dos catequistas”, oferece pistas interessantes:

1- Formação pessoal e comunitária: conhecer-se a si mesmo, procurar crescer a cada dia, abrir-se ao relacionamento com as pessoas da comunidade.

2- Formação da espiritualidade: aprender a abrir-se à acção do Espírito Santo. Unir oração e vida a partir de Jesus, da Palavra de Deus, da vida da Igreja e da realidade do povo.

3- Formação bíblica: conhecer, meditar e rezar a Palavra de Deus, o texto mais importante da catequese.

4- Formação teológico-doutrinal: conhecer os ensinamentos de Jesus, explicados pela Igreja.

5- Formação litúrgica: aprender a celebrar a fé no Cristo ressuscitado como ponto alto da vida eclesial.

6- Formação metodológica: desenvolver a capacidade de conduzir a catequese de forma criativa, respeitando necessidades e conteúdos.

Em suma: podemos dizer que a oração é o cimento que une tudo... e a formação é a olaria que fornece os tijolos!
(Equipe do ECOando)

terça-feira, setembro 26, 2006

Conselhos para seres uma Catequista [(mais)] Simpática

O H. fez-me chegar hoje via email umas dicas, como dizia, "(…) para seres uma Catequista à maneira".

... Que andava a fazer umas pesquisas sobre a "Amizade" para um trabalho de Moral, quando acabou por encontrar umas 'anotações' para Catequistas, que achou por bem enviar para mim e para a Catequista do ano passado.

Ora então, aqui o Sr. Catequizando do 7º ano sugere que um(a) Catequista Simpático(a) se deve reger pelas seguintes normas:
[Adenda: ok, confesso, o [(mais)] é da minha autoria… mas, bolas, H., quem ouvir até pensa, não??!] ;-)

::Conselhos para seres uma Catequista [(mais)] Simpática::

1. Aprende a fixar os nomes dos catequizandos. O nome de uma pessoa é muito importante para ela e indica o teu interesse por essa pessoa.

2. Faz com que todos se sintam bem na tua presença.

3. Adquire a capacidade de manter a calma e de não te perturbares facilmente.

4. Não sejas egoísta. Não dês a impressão de saber tudo. Sê natural e humilde.

5. Torna-te atraente e alegre.

6. Modela a tua personalidade de forma a evitares toda a agressividade.

7. Tenta remediar qualquer mal-entendido presente ou passado.

8. Exercita-te no gostar das pessoas.

9. Nunca deixes de congratular e elogiar os êxitos dos outros e de expressar a tua solidariedade nos momentos difíceis.

10. Procura ser sempre uma pessoa que vive da fé, para ter algo de mais transcendente a dar aos catequizandos.


Ora então, e porque se pretende que o 'Catequiso' seja um espaço de partilha e reflexão, porque não tu, Catequista, no arranque de mais um ano de Catequese, partilhares quais os pontos que te parecem mais delicados e/ou que implicam mais empenho do 'lado de cá'?

quarta-feira, agosto 16, 2006

“Assim que compreendi que havia Deus, soube que não poderia fazer outra coisa mais que viver para Ele.” (Charles de Foucault)

Aos 27 anos, começo a questionar-me mais seriamente sobre o que a Igreja realmente quer de mim. Felizmente, não tenho que mercar nem mendigar em lugar nenhum e junto de ninguém a minha felicidade em Deus: esta dependência dEle, esta intimidade com Ele é parte integrante e evidente de cada molécula de ar que respiro, de cada milímetro de chão que piso, de cada fracção de segundo que existo...

Contudo, o que é certo é que, após uma infância e adolescência caracterizadas pela procura incessante, achava agora já estar pois na posse de todos os instrumentos mentais e morais para discernir o que é verdadeiramente importante na minha vivência como Igreja.

Vejo porém que talvez seja a hora de admitir que, afinal, a aversão à luz está ainda bem mais presente do que poderia imaginar.

A Catequese, p/ ex., tem ainda muito de obrigação e muito pouco de vocação...

Por um lado, as crianças e adolescentes são ainda obrigados a 'ir' à catequese, a 'assistir' à Missa, a 'fazer' a Primeira Comunhão (e a segunda, terceira?)... Mais por tradição do que por convicção, os pais baptizam os filhos e as filhas numa fé que os próprios desconhecem... As crianças são matriculadas na catequese porque o propósito de dever e obrigação assim o determina. Um propósito que porventura nunca foi deveras evangelizado... Mais do que viver com(o) Jesus, o importante para a maioria dos pais é que a criança / adolescente cumpra os ritos, adquira os sacramentos e... missão cumprida! O resto é 'para os outros'...

No que toca aos Catequistas, Leigos, e todos aqueles que 'abraçam a missão', por vezes a tela não é muito diferente... a confusão entre Evangelho e moralismo está bem patente... por vezes bem demais até... Assiste-se a uma cultura de contentamento em se estar nas "boas simpatias do Sr. Padre", ao invés de se procurar ser coerente na fé que professamos e na vida que levamos.

Num caso e noutro, há notáveis excepções, sim. Conheço algumas... E estas não me levarão a mal se, mesmo correndo o risco de entrar em generalizações injustas, afirmar que o cenário, de uma forma global, acaba por ser este...

O desafio é pois grande... não há como o esconder... da mesma forma que não há porque o temer...

Como Catequista, sempre procurei estar consciente do longo e por vezes sinuoso caminho a percorrer... mas esta vontade de fazer parte da caminhada é superior a qualquer cansaço ou dificuldade de entendimento... esta canseira enche-me de satisfação e faz-me feliz realizá-la, porque a cada momento saboreio o prazer de me sentir amada incondicionalmente por Alguém Maior que eu.

O que não posso esconder é, por sua vez, o desencanto generalizado que me tem assombrado no que respeita a comportamentos que assisto, que me interpelam e magoam.

Atitudes defensivas de uma certa alergia à auto-crítica que presencio em quem deveria ser parceiro de caminhada, mas que, ao contrário do que seria de esperar, acaba por se revelar pouco ou nada entusiasta e animador.

Actos que pensava só persistirem em alguns dos prelados mais conservadores, confesso...

É pena (muita pena, mesmo), quando, em vez dum parceiro, encontramos um opositor, cujo despotismo e obstinação o impede de cooperar, a menos que seja o próprio a ditar as leis.

Verifico que "o Sr. Padre" ainda é uma instituição temida, que revela uma certa falta de capacidade em escutar com tranquilidade os pontos de vista alheios e que demonstra uma enorme dificuldade em reconhecer a razão dos outros.

Verifico que predomina ainda a ideia incorrecta de que a obediência faz silenciar as dúvidas e conduz às verdadeiras respostas.

Verifico que ainda não se prima por uma discussão leal e tolerante, sem necessidade de recorrer ao autismo e à agressividade.

Verifico uma certa dificuldade em se discutirem questões complexas com tranquilidade, distanciamento e profundidade, suprimindo quaisquer tentativas de condicionar as opiniões dos outros.

Verifico uma excessiva resistência em aceitar que, felizmente, Deus É O nosso único ou principal Juiz, e abaixo dEle só a consciência de cada qual... E que, doutra forma, tudo não passa da técnica do "bota-abaixo”.

E é com base nestes e outros preconceitos, que por vezes se faz uma leitura limitada e distorcida da realidade, utilizando-se generalizações um tanto ao quanto incongruentes.

Apesar de tudo, é possível chegar à fala, sim. E por mais que uma vez. Com afecto, respeito e firmeza. Olhos nos olhos. Mas depois 'volta tudo ao mesmo'. (A verdade é que a experiência de diálogo torna-se difícil, impraticável mesmo, e definitivamente estéril, quando há menos de dois interlocutores...).

Do que a vida me tem mostrado, achava eu que esta atitude era típica de pessoas que pensam não ser amadas por ninguém. De pessoas que renunciam ser seres humanos e insistem em ser 'mais um'. Francamente, e com todo o carinho e respeito, não me parece ser o caso... Mas, e então, será culpa do sistema?

É certo que uma mudança exige processos de crescimento e maturidade, de parte a parte... de quem acolhe e de quem é acolhido... Na 'mudança' de pároco, aliei a estes dois ingredientes mais alguns, como a paciência, a motivação, a disponibilidade, a tolerância…

Mas agora, passados dois anos, o esforço revela-se quase infrutífero...

Tudo porque...

... Um pouco menos de preconceito seria importante... o preconceito não nos deixa ver, ouvir e compreender correctamente o outro.

... Um pouco mais de adaptabilidade às circunstâncias, com firmeza, sim, mas também flexibilidade, seria pertinente.... conservando sempre a dignidade.

… Tudo porque se continua a viver e a reviver o velho "complexo de Sansão"...

É uma desilusão, uma emoção estranha, de repente nos apercebermos da nossa ingenuidade, quando alguém se sente afrontado com as nossas questões.

É deveras complicado quando há tendência para o enredo em fastidiosas discussões com o intuito de se mostrar, embora sem sucesso, quem manda.

É deveras precário quando se entra em ataques, sem que estes estejam devidamente fundamentados, sem que se demonstre um mínimo de seriedade e se acabe por debater pessoas, em vez de ideias ou obras…

É deveras ilícita a avaliação e selecção de recursos baseadas apenas e somente na (in)compatibilidade interpessoal.

É deveras condenável o accionar de mecanismos menos assertivos para distanciar quem não agrada ou é inoportuno, afastando-se a apresentação de quaisquer alegações ou fundamentos válidos.

Por questões educacionais, culturais ou outras, pode até ser inquietante, mas há-que enfrentar a realidade: 'ser' só não basta... é preciso 'estar', é preciso 'amar'.

Sempre fui apologista de que tentar agradar aos outros, por si só, não é necessariamente a melhor maneira de fomentar uma relação autêntica, seja ela de amizade, laboral, social, etc...

Peço constantemente desculpa por esta frontalidade, mas é assim que eu sou. É assim que eu penso...

Obviamente que andarmos por aí a desfrutar de fama de 'medonhos', 'temíveis'... não é caminho. A coerência tem que marcar presença, sempre...

Mas daí a assistir-se a uma cultura do medo, em vez de comunhão.... bolas!

É louvável a satisfação de servir a paróquia, mas é preciso ir mais longe e amá-la.

E francamente, esperava mais... muito mais...

Mais do que uma (con)vivência de dois anos que não cultivou o saber, a crítica e a auto-reflexão, mas antes encorajou a obediência e desencorajou a pergunta.

Mais do que uma (con)vivência onde o que hoje está muito bem, amanhã... está muito mal...

Quando as questões são feitas para crescer... e a mensagem não é devidamente compreendida... isso não é bom...

Quando as inquietações, colocadas em tempo e lugar precisos, procuram apenas partilhar a fé cristã.... e acabam por ser interpretadas como 'afronta' ou tratadas com desleixo... isso também não é nada bom...

Quando o modo de viver esta fé é feito com liberdade, audácia, criatividade e responsabilidade... mas não 'encaixa' no argumento (que impressiona, mas é fraco), da submissão e da obediência.......

A necessidade de espaço para pensar e a carência de tempo para meditar, acolhidas com desprezo... e desigualdade!

Bom, o que é certo é que cansa ser-se presenteada constantemente com estes e outros mimos...
(embora a tendência seja para se continuar a agir como se nada fosse...).

E quando as coisas estão prestes a chegar ao rubro, parece que o Evangelho de Jesus e a mensagem messiânica só atrapalham... e ficam na gaveta bem guardadinhos... para se dar lugar a uma convivência que de caridosa tem muito pouco...

Nunca o ditado "olhai o que eu digo e não o que eu faço" fez tanto sentido...

Caramba! Esta discrepância da mensagem cristã.... Esta condição em que o pároco se torna 'uma Igreja' difícil de compreender... :-(

Esta moralidade tão flexível…

O meu conceito de comunhão ('comum união'), obviamente desprovido de qualquer rigor teológico, prende-se a uma pluralidade de modos diferentes de ver, agir, sentir, numa mesma Igreja...

Uma Igreja que não afasta ou julga quem não pensa, não age ou não sente o mesmo que eu (Mt 7, 1-5).

Uma Igreja que, ao dar a conhecer a mensagem cristã, se esforça por incarnar a beleza da Boa Nova de Jesus.

Com todo o carinho, espero que um dia isso ainda aconteça....

Mas porque "Um homem só tem direito a olhar outro de cima, quando irá ajudá-lo a levantar-se" (Gabriel García Marquéz) a minha admiração por Jesus Cristo continua inabalável, apesar de tudo...

Felizmente....

Importante, importante, é esta certeza!

O conflito poderia arrastar, inevitavelmente, uma necessidade de afastamento, de desencanto, de desalento e desânimo totais... (Estaria em condições de enumerar uns cinco ou seis casos... )

Mas esta necessidade primária de O levar, de não guardar só para mim este Amor tão grande, é algo 'meu' que o meu 'eu' não controla...

Apesar de me notar cada vez menos tolerante com determinadas práticas que, em vez de edificantes, se revelam altamente coercivas, subsiste a certeza de que Jesus Cristo nada tem a ver com questões de mera conveniência.

Aliás, de coração, tenho a ténue esperança de que esta experiência pessoal negativa me fará crescer mais ainda (como Igreja).

Mal de nós se fizéssemos as nossas opções importantes condicionados por factos externos e não pelo contrário, estimulados pelas nossas necessidades profundas...

A fé que eu vivo é uma necessidade profunda... a divergência apenas um pequeno percalço.

As incoerências não me afastam, mas antes aproximam-me mais da Igreja que eu amo, que eu quero compreender mais, para melhor a aceitar e viver.

Esta Igreja onde um dia fui baptizada, e que me deu a conhecer Jesus.

Esse Jesus que Continua a Representar O Ideal de Vida pelo qual todos devemos continuar a lutar, crentes e não crentes. É que, como diz o M. (um amigo, ateu assumido) «o que é certo é que não só a existência histórica dO Homem Jesus, como o Valor da Mensagem que Trouxe, não podem ser postos em causa».

Esse Jesus que Atravessou toda a História e hoje Continua Presente na sala de Catequese, patente nos bate-papos no Messenger, infiltrado nas paredes do meu quarto, sentado no lugar ao lado no autocarro, acessível nas conversas de café... e que, contudo, apesar de perenemente Presente, parece que continua a "saber a tão pouco".... :-)

Por causa desta saudável indispensabilidade, é que acompanhar crianças e adolescentes no seu caminho de fé, dentro das minhas limitações mas atendendo a esta necessidade iminente de O anunciar, é um serviço que sempre vivi com muito amor e dedicação. É algo que é essencial: transmitir aos outros a minha alegria de acreditar em Jesus. Não importou nunca a distância, as (eventuais) dificuldades financeiras ou outras, as provocações ou desafios exteriores...

Esta alegria verdadeira de fazer brotar em mim, o mais possível, a imagem de Deus, supera quaisquer contrariedades ou obstáculos. Este querer incessante de levar o outro a uma paixão por Jesus....

É injusto (é maldade!) guardar só para mim esta certeza que me acompanha: Deus Ama-me, Ama-te, Ama-nos...!

Encontro na missão de Catequista a vontade interior de me abrir a todos, e dar, sem peso nem medida, testemunho da intimidade divina que experimento.

É por aqui que eu vou! Com alegria e entusiasmo! Não um entusiasmo superficial, mas pensado de modo sério, comprometido e constante.

Um entusiasmo mais maduro e coerente (mais gratuito até!) do que o ardor de há uns anos atrás, que a minha fé (de) adolescente compreendia agora e descompreendia daqui a nada...

Hoje não!

Hoje distingo a "" da "carência psicológica de querer acreditar", por si só.

Hoje consigo 'listar' o que me condiciona, o que me bloqueia na minha experiência de fé, e identificar as suas luzes e sombras.

Hoje a minha vida cristã não se resume só a uma soma de gestos, a um arquivo de fórmulas doutrinalmente decoradas.

Hoje reconheço-me mais dependente dEle! E não me contento apenas com as 'interpretações favoráveis' que são feitas de Jesus... mas procuro escutar atenta e seriamente as exegeses diversas que surgem daqui e dali….

Hoje não só acolhi a Mensagem, como esta passou a fazer parte de mim.

Hoje é conscientemente que tomo como certa a certeza de que Deus Caminha comigo...

E com Um 'Companheiro' assim, não posso olhar para o chão! Levanto a cabeça e olho para horizontes longínquos! É para lá que sou chamada! É para lá que todos somos chamados! O apelo é universal!

Hoje, como Isaías, estou mais apta para dizer: "Eis-me aqui" (Is 6, 8).

Não me envergonho e não tenho medo dos meus sentimentos... e muito menos das minhas certezas!

Não temo as questões que levanto, as interrogações que me assolam. São fonte de um crescimento que já não é primário, mas contínuo... e normal... (não devo estar enganada)... O meu receio sim é não crescer!

E é baseada neste crescimento interior que a minha experiência com Deus se caracteriza por uma vivência cada vez mais sólida, mais confirmada.

A minha experiência de vida é garantia mais que suficiente de que Deus Está continuamente Presente, é a expressão mais que satisfatória do Seu cuidado para comigo...

Uma experiência que me convida diariamente a dar passos mais profundos.

Por falar em profundidade, alguém me disse um dia (foi o R.) que «somente em águas profundas saberemos como nos tornarmos mergulhadores»... É bem verdade!

Quem me conhece, sabe que me entrego de corpo, alma e coração àquilo em que acredito: seja no trabalho, nas relações pessoais, no meu viver espiritual... Sem protagonismos acentuados ou manifestações exageradas... procuro continuamente a perfeição, até nas coisas mais insignificantes.

E porque saber renunciar hoje, significa conquistar amanhã, desde o final do ano de catequese, recolhi-me ao silêncio, e tenho procurado ouvir a voz do interior.

O "problema" é sério e complexo, não há como o negar. Subsistem obstáculos mentais e de relacionamento a superar. Mas os ouvidos estão livres, os olhos desimpedidos e o coração aberto...

Sei que tenho que procurar reflectir não sobre a pessoa em si, mas acerca dos comportamentos da pessoa... É uma regra básica das relações interpessoais saudáveis: não posso / não devo responsabilizar o outro pelo que ele é... Pelo que ele faz, sim....

É uma reflexão que exige tempo, coerência, maturidade...

Sinto pois que é tempo de recarregar as baterias espirituais... de parar... talvez de fazer uma pausa no meu ministério como Catequista na paróquia onde sempre o desenvolvi.

Desta paragem, não farei um tempo improdutivo, mas antes uma fonte de reflexão, de busca de novas formas de encontro com Deus, de redescoberta dos alicerces da minha vocação como Católica, como Cristã, como Catequista, como Pessoa...

Não ponho de forma alguma um ponto final à experiência que me tem marcado e feito crescer ao longo de mais de uma década: Ser Catequese!

Não desanimo de que as coisas possam vir a ser diferentes... Nem posso! A minha consciência / o meu coração sentem um especial prazer em diariamente, na minha oração, saborear os tempos de graça vividos com mais intensidade enquanto Catequista: as reflexões, as brincadeiras, as surpresas, as emoções, os despertares, as partilhas, as inquietações, a aprendizagem, a camaradagem, a caminhada... A minha memória continuará a unir-me à paróquia....

Não posso ignorar o laço subtil, mas muito forte, que me mantém agarrada...

Quando houver um pouco mais de assertividade e coerência cristãs, talvez volte...

Sei que a resolução é minha... Desatar o laço, ou dar o nó...

Não, não tomo nenhuma decisão para já, o tempo é para pensar, não para decidir...

Quanto aos momentos de 'desassossego', jamais desistirei de fazer perguntas... ouso viver com elas... No centro de todas está a convicção profunda de que, com Oração, Amor e Prudência, surgirão as verdadeiras respostas. É em Deus que coloco a minha segurança. É a Ele que confio a minha missão, os abatimentos que a assolam, os júbilos que a revestem...

A certeza mantém-se: tudo o que eu sou é clara participação de Deus, na pessoa de Jesus Cristo... E isto é forte demais para guardar só para mim!

"Ide e ensinai" (Mt 28, 19-20). - Não posso, jamais, ser um sujeito passivo deste mandato...!

"A fé ... toma consciência do amor. O AMOR é luz que brilha sempre num mundo cinzento (no fundo: única luz) e nos dá a coragem de viver e de agir." (n.º 39) – Deus Caritas Est - Carta Encíclica do Papa Bento XVI sobre o Amor Cristão

terça-feira, junho 13, 2006

Peregrinação Nacional das Crianças a Fátima 2006

aqui aqui aqui aqui aqui aqui e aqui


Um dia repleto de cor, alegria, boa-disposição, emoção e sentir.

Nós estivemos lá...

quarta-feira, maio 31, 2006

Catequista ‘ta sempre a aprender

O I., do grupo do 1º ano, até nem é daquelas crianças mais atentas, nem das que participam activamente nas sessões (exceptuando uma 'participação' enraizada com os colegas do lado).

Ora, há uns tempos atrás, diz o I., quando terminámos a oração com a bênção "Em nome dO Pai, ...".

- Eu sei porque é que quando dizemos ‘dO Filho’ fazemos assim [(e, num gesto rápido, iniciou a bênção e terminou nO FilhO)].

Disse:

- Sim, I.? Então diz lá...

O I.:

- Porque O Filho Nasceu da barriga da Maria... e os outros [(Pai e Espírito Santo)] não... Por isso é ‘dO Filho’ se faz na barriga.


E esta, hein? Em todos estes anos de Catequista, nunca me dei “ao trabalho” de confrontar cada gesto da bênção final do Sinal da Cruz com o simbolismo que acarreta...

Já por várias vezes me tenho debruçado sobre o simbolismo global do gesto do Sinal da Cruz...
Já tenho analisado as palavras que são proferidas, o seu significado para além da lengalenga decorada...
Já tenho procurado investigar a razão de ser das 3 cruzes pequenas, o porquê de serem 3, o local onde são feitas e o motivo...

... Agora, tentar perceber porque é que nO Pai, o gesto é feito na cabeça, nO Espírito Santo, nos ombros e nO Filho no ventre... essa não...

Mas voltando à ‘explicação’ do I., obviamente que passamos o resto da sessão a explorar porque é que nO Pai era então feito na cabeça, e nO Espírito Santo nos ombros...

Ficam algumas das respostas, algumas delas potencialmente dignas de um globo de ouro :-))

(Pai - testa / cabeça)
- Porque é Pai, e os pais são maiores que os filhos...
- Porque os pais nascem antes dos filhos...
- Porque a cabeça é a parte do corpo que fica mais próxima do Céu...
- Porque Deus É O Pai do Céu e Jesus É O Filho dEle.
- Porque Deus É que Pensa em tudo e pensa-se com o cérebro. (?!)


(Espírito Santo - ombros _ depois de uma breve explicação sobre a vinda dO Espírito Santo... assim muito ao de leve... e a forma como Actua em nós)
- Porque é como o nosso pai, quando nos leva aos ombros é para nos ajudar, por exemplo...
- Porque são dois: Espírito e Santo (são duas palavras, logo o gesto não podia ser feito na cabeça - uma - nem no ventre - um -, mas sim nos ombros, que são 2 e assim já dá!)
- Porque O Pai e O Filho mandaram O Espírito Santo para todos (O Pai de cima para baixo, O Filho de baixo para cima, ficando assim repletas todas as direcções).
- Porque no meio dos ombros está o coração, e O Espírito Santo ajuda-nos a ter um coração melhor.


Bom, é caso para dizer que
Catequista ‘ta sempre a aprender... e tantas vezes onde, quando e de quem menos espera.

domingo, maio 28, 2006

Duas famílias?! UAU!!

O grupo do 1º ano ontem acolheu com entusiasmo o facto de afinal não termos 1 família (a lá de casa, pelo nascimento), mas 2 (a família de Deus, pelo Baptismo).

Reacção do A:
- Uau!!!

:-D

segunda-feira, maio 22, 2006

Não basta dar... é preciso querer receber...

Diálogo entre Catequistas:

c1: - Ah! Temos que ser ousados... Imaginar formas... Inventar caminhos de levar A Pessoa de Jesus....
c2: - Formas? Ó! Essa agora! ... Só há uma!
c1: - Qual?
c2 - Como no tempo do Pr. Fr. .... Quem não sabe as coisas, não vai à Primeira Comunhão nem Comunhão Solene!
c1 - Que coisas?
c2- Óh, as coisas que tem que se saber...
c1 - Que coisas?
c2 - Essas modernices não levam a lado nenhum...
c1 - Que lado?
c2 - ...
c1 - Que modernices?
c2 - Pronto, lá estais vós a querer ensinar as mais velhas...

Este diálogo contou-mo a N.... Viveu-o há uns dias atrás...

Imediatamente associei este 'conflito de gerações' em catequisar, a uma experiência que tive com um grupo do 2º ano, quando, muito calmamente, lhes dizia que Jesus também Sentia frio, fome, cansaço...

Só visto! Olhos esbugalhados olhavam para mim..

Como era possível que aquEle Jesus que Tem todo o Poder, que É O Maior, que Está tão acima de nós... também Tivesse frio, fome... e Se cansasse?

De facto, não é fácil, mesmo com 7 anos, imaginar Um Jesus que ainda pouco tempo antes era Todo-Poderoso, que Ralhava quando trovejava, que não Gostava dos meninos que fizessem asneiras... bom, não é nada fácil conceber que Alguém Seja assim até Junho e em Outubro Seja Amigo, Bom, que Goste de brincar, que até Era capaz de Gostar de guloseimas...

[A natureza humana de Jesus tão fortemente 'esquecida' e distante da Sua natureza divina, quando, afinal, ambas se complementam... ]

Recordo de depois de uma desmistificação dessa ‘imagem de Junho’, as perguntas não paravam de correr...

Afinal, Jesus não Era as fórmulas que tinham sido decoradas... embora seja importante as sabermos e compreendermos...

Jesus Era Algo mais...

E principiou o desejo... anseio... a vontade de O conhecer, de querer saber afinal como Ele Era, como Ele É.... o que Fez... o que Sentiu (sim, porque Ele foi / É um de nós).

Compreendo a C2 do diálogo acima... Por vezes, há uma certa ‘resistência à mudança’, ainda que involuntária... Há um temor excessivamente zeloso pelas ‘coisas do Alto’, um apego descomedido a Um Deus distante, que, afinal, Se Quis fazer tão próximo (Jo 14,9).. Há ainda uma certa dificuldade em pronunciar sincera e continuamente palavras certas como ‘Amor’ (Jo 13,34)e ‘Doação’ (Mt 28,20). ... Mas até que não deixa de ter razão de ser, em parte, dada a facilidade com que assistimos à banalização de temáticas tão sérias quanto relevantes...

Por outro lado, como compreendo a C1... esta ‘ousadia’ que mencionava à colega Catequista... este aprofundamento doutrinal que tem como suporte o desejo da descoberta... esta experiência de viver a fé num espírito de disponibilidade e entrega... esta prática contínua de sentir na pele a alegria de ser uma comunidade que se distingue pelo amor entre si, (cfr Actos dos Apóstolos)....

Em suma, o que é certo é que há toda uma assertividade a ser assimilada e cumprida...

Há-que conjugar essa assertividade com o realismo da vida dos catequizandos de hoje (que, com certeza, difere da realidade de vida dos catequizandos do tempo do Pr. Fr. !)....

Sim, porque hoje (e talvez já no tempo dos nossos pais, embora a vivência histórico-político-económica o condicionasse de forma diferente)... mas como dizia, hoje ‘ninguém’, nem mesmos os mais pequenos, ‘vão na cantiga’ e na ‘lengalenga decorada’... Hoje a sociedade propociona-nos uma ânsia de justificações deveras colossal... Hoje os papeis invertem-se e a conquista começa pelo conquistado... É este que exige...

Por tudo isto, é que talvez não seja suficiente ‘Dar Catequese’, e nem mesmo ‘Fazer Catequese’, mas levar o outro a ‘Querer receber Catequese’...

Por tudo isto, é que talvez mais do que ‘Dar a conhecer Jesus’, ou ‘Levar Jesus’, é pertinente ‘Provocar o querer Jesus’.

Aliás, ‘Dar’ começa a tornar-se algo banal... No Natal, o Pai-Natal as prendas... Na próxima semana, a mãe vai dar uns ténis novos... A professora a aula... O Totoloto milhões... Dar, dar, dar... Todos dão... E quase se perde o hábito de pedir... Bom, por isso é que há que ser diferente... Não dar assim, como quem oferece mais um jogo ou um passatempo! Mas antes levar a que peçam... Incitar uma carência! Provocar uma necessidade!

E como já tive oportunidade de exprimir num post anterior, a escolha de hoje é precisamente a mesma de há 2000 anos atrás...

Recordemos que há 2000 anos atrás, não foi com técnicas de persuasão ou argumentação que Jesus Se impôs...

Recordemos que há 2000 anos atrás não foi empanturrando palavras feitas e expressões modeladas que Jesus Se revelou...

Recordemos apenas que há 2000 anos atrás Ele Foi diferente... Cativou... Seduziu... Conquistou... Provocou... Inquietou... Suscitou o desejo de O ouvir... de O seguir... Arrisco dizer que Foi até Diferente no modo de amar...

Isto sim, diferencia! Isto sim, é convite!

Por tudo isto é que por vezes o desafio do Catequista (do Cristão!) é pois bem maior do que imaginamos... e do que tantas vezes estamos preparados... mas também por tudo isto é que confiamos que não estamos sós, e que O Espírito Santo Actua em cada um de nós...

sexta-feira, maio 19, 2006

Pergunta quase ‘banal’... daquelas chapa5... daquelas que saem sempre nos testes... um clássico...

Uma das questões do trabalho final do Curso de Iniciação para Catequistas, que frequentei em 1997, era: "Quem É Jesus Cristo?"

Uma pergunta quase ‘banal’... daquelas chapa5... daquelas que saem sempre nos testes... um clássico, diria mesmo.

Na altura, encerrei, em páginas e páginas de resposta, todas as potenciais soluções ‘standard’ que havia assimilado do meu tempo de Catequizanda para esta questão...

Adicionei um pouco do meu ‘eu’, da minha vivência nEle...

Salpiquei abundantemente com dezenas de adjectivos e substantivos pensáveis e impensáveis....

E... a resposta nunca ficava completa... Vi-me na contingência de fazer a entrega do trabalho tardiamente, tudo porque não conseguia dar um ponto final a esta questão.

As palavras, conceitos e expressões que escrevia não eram suficientes. Aquela resposta não era Ele.

Que Jesus É O Nazareno, que Transformou o mundo, que jamais houve e jamais haverá alguém como Ele… sim, não deixa de ser verdade…

Que Jesus É a personalidade mais notável de todos os tempos, O maior Líder, O Profeta dos profetas, É Amor, É Amigo, É Irmão… sim, claro…

Que Jesus É O Primogénito, O Messias, ok… sabia disso… mas entoava a tão pouco...



Hoje, a resposta ainda não está completa, mas é mais madura e comprometedora.

Hoje sei que não basta saber quem É Jesus. Sei que preciso de O descobrir em cada milímetro de chão que piso, em cada milésimo de segundo que existo...

A regra é esta: primeiro descobri-lO, conhecê-lO . Nunca ousar avançar com uma definição como se de um conceito gramatical Se tratasse.

Hoje sei que não me restam somente as palavras para O descrever... Aliás, descobri que as palavras apenas O poderão desenhar, pintar... nunca O revelar!

Hoje sei que quando faço minha a resposta de Pedro, «Tu És o Messias, o Filho de Deus vivo.» (Mt16,16), o digo com firmeza em cada palavra, em cada letra que pronuncio, em cada pausa que respiro...

Hoje, sei que Jesus, Ele próprio, Se apresenta numa variedade de símbolos...

Mc 14, 62 - Eu Sou [O Messias]. E vereis O Filho do Homem sentado à direita do Poder e vir sobre as nuvens do céu.
Jo 6, 48 - Eu Sou O Pão da Vida.
Jo 8, 12 - Eu Sou A Luz do mundo.
Jo 8, 23 - Eu Sou lá de cima! (...) Eu não Sou deste mundo.
Jo 8, 28 - Eu Sou O que Sou e que nada faço por Mim mesmo
Jo 8, 58 - Antes de Abraão existir, Eu Sou
Jo 10, 7 - Eu Sou A Porta das ovelhas.
Jo 10, 9 - Eu Sou A Porta
Jo 10, 11 - Eu Sou O Bom Pastor.
Jo 11, 25 - Eu Sou A Ressurreição e A Vida
Jo 14,6 - Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida
Jo 15, 5 - Eu Sou A Videira; vós, os ramos
Act 9, 4 - Eu Sou Jesus, a Quem tu persegues.

Hoje compus em mim uma humildade que me leva a reconhecer que sou tão, tão pequena para O definir... A resposta não é ‘Não sei’... por que eu até sei! A resposta é ‘-Tudo!’, ‘- Meu tudo’!

Hoje sei que a resposta não se esvazia em palavras bonitas e agradáveis ao ouvido... porque nunca se esgotam... cada novo dia traz-me um novo Jesus que no dia anterior eu desconhecia... cada momento da vida oferece-me mais uma oportunidade de O conhecer mais e melhor... mas nunca totalmente... e ainda bem!

Hoje sei que mais importante que ter sempre a resposta pronta, é ter a pergunta certa .. mais importante que responder bem, é querer saber mais...

Hoje sei que não devo dizer: 'Tu És...', mas 'Tu Estás...'.

Bem, posto isto, sei q ninguém perguntou ;-), mas então e eu?? Quem sou eu? O ramo unido à videira? Sal da Terra? Luz do mundo? Discípula?

Bom, gosto de particularmente personificar o tal vaso de barro nas mãos do oleiro... isto basta-me... O Oleiro cuida de mim, molda-me, dá-me a forma que Ele entende... nada temo... e não quebrarei!

Por fim, mesmo constituindo a pergunta quase ‘banal’... daquelas chapa5... daquelas que saem sempre nos testes... um clássico, ... ora conta lá, Catequista, quem É Jesus para ti, afinal?

E tu... quem és tu, para Jesus?

quarta-feira, maio 17, 2006

"Eu Sou A Videira, vós sóis os ramos" Jo15,5 _ Tb p/ as Mães

Ah!, já esquecia!

Neste mês de Maio, dedicado às mães, e à Mãe das mães, Maria, a parábola da videira recorda-nos o amor da verdadeira Mãe.

Da verdadeira Mãe que não quer nada para si, mas que se dá pelos seus filhos.

Da verdadeira Mãe que procura que as suas raízes alcancem os melhores nutrientes, para que os ramos fortifiquem e dêem bons frutos.

A DG é uma visita assídua no blog… e é uma Mãe assim…

"Eu Sou A Videira, vós sóis os ramos" Jo15,5

4 - "Eu Sou A Videira, vós sóis os ramos" Jo15,5

III. Conclusão / Objectivo


A alegoria da videira, relatada no Evangelho do Amor, parece-me uma relação mais profunda até do que aquela que existe entre o pastor e o seu rebanho, sobre a qual o Evangelho se debruçava no domingo anterior.

Para além de toda a beleza da narrativa de Jesus, para além da perfeita comparação que faz de nós, Ele Termina com chave de ouro: Permanecei em Mim!

Aqui é representada a mais íntima ligação possível. Bem como a mais provocante inquietação: qual será o resultado nas nossas vidas se permanecermos em Cristo?

Quando lemos a comparação que Jesus fez da videira e dos ramos, percebemos logo que a palavra mais forte é esta: "permanecer" unidos ao tronco, "resistir", "agüentar", "firmes".

Permanecer em Cristo, portanto, significa permanecer no Seu Amor, na Sua Lei; significa, talvez, permanecer na Cruz, às vezes, permanecer com Ele na provação. Significa permitir-Lhe que nos ame, que nos faça passar a Sua “seiva”.

Permanecer ligados à videira e permanecer em Cristo Jesus significa, acima de tudo, não ser filho pródigo, nem nos desgarrando de Cristo de uma só vez, num só impulso, nem aos pouquinhos que seja, quase sem se dar conta, dia-a-dia…

Permanecer em Cristo Jesus significa também algo de positivo, isto é, permanecer no Seu Amor. No Amor que Ele Tem por nós, e no Amor que nós temos por Ele.

Muito mais haveria concerteza para explorar nesta narrativa tão bela de Jesus… Ficam por abordar alguns pormenores como: Qual é a diferença entre um pequeno rebento que começou agora mesmo a viver na videira e um ramo grande e adulto? Porque é que o nosso “ficar” não tem sempre garantia de frutos?

Ficam lançadas mais algumas linhas de reflexão… Por agora, não me alongarei mais…

Ouvir e passar adiante as Suas palavras. Este foi o método de Jesus. Por mais simples que pareça, conquistou o mundo e tem transformado corações através dos séculos.

Concretamente, este ensino tão simples da alegoria da videira transporta uma profundidade de tal forma extraordinária, que mais uma vez aprendemos que à luz da prática de Jesus, a Catequese pode ter um novo sabor.


É esta a Catequese que eu quero fazer!
Ups!... Corrijo: é esta a Catequese que eu quero Ser!

3 - "Eu Sou A Videira, vós sóis os ramos" Jo15,5

II. Identificação e Caracterização das personagens – A Videira, os Ramos e O Agricultor

A) PERSONAGEM 1
A1 – Identificação: Jesus
A2 – Personagem: A Videira
A3 – Tarefa: Ser Vida

Fiz uma pesquisa de fotos de videiras na net.

De facto, a imagem da videira é deveras forte. O tronco da videira é algo imponente, mas ao mesmo tempo tão dado, ao se prolongar em ramos em todas as direcções. É Este O Jesus que eu vejo… uma dádiva constante pelos Seus, ou, melhor, nos Seus.

Da videira é que vem a seiva que alimenta estes ramos, a humidade do solo e tudo aquilo que eles transformam depois em uvas, sob os raios do sol.

Se não é alimentado pela videira, o ramo não produz… nem um pequeno rebento, nem um cacho de uvas, nada de nada.

Ainda que o ramo esteja fora da videira, até aparentemente só por algum tempo, ele pode permanecer momentaneamente com a sua cor original, tendo brilho, parecendo ter vida, mas acaba por perder a sua viscosidade, seca e morre.

Assim somos nós, quando largarmos Jesus ainda que por breves momentos (‘breves’ no nosso entender!). Pode ser por instantes, mas a verdade é que com o passar do tempo acabamos por morrer espiritualmente, por não termos alegria, nem esperança.

Deixemo-nos pois provar por este Jesus que nos sustenta … é dEle que somos dependentes, é a partir da Videira que daremos frutos.

Quando ligados à videira, receberemos alimento, vida, e segurança, mas se estivermos desprendidos dela....morreremos.

Um outro aspecto interessante nesta identificação de Jesus como a videira, é o próprio sumo do fruto da videira. O Vinho simboliza o Sangue de Jesus e está presente em cada Eucaristia hoje como esteve na Santa Ceia (“Eu vos digo: Não beberei mais deste produto da videira, até ao dia em que beber o vinho novo convosco no Reino de Meu Pai” - Mt 26, 29)

Para finalizar:... É Jesus O Centro... é dEle que nós, ramos, nos alimentamos... É Ele O nosso Alicerce... E não o inverso! Quantas vezes parece que nós é que carregamos com estas coisas da Igreja, que nós é q estamos quase a fazer um favor a Cristo em O deixar fazer parte da nossa vida... Safa! Por vezes parece que nos esquecemos que nós não somos O Tronco! - " (…) sem mim nada podeis fazer" (Jo 15, 5b).



B) PERSONAGEM 2

B1 – Identificação: Eu, tu, nós todos
B2 – Personagem: Os ramos
B3 – Tarefa: Dar fruto

Cristo É a Videira, nós os ramos! Dependemos da Videira.

Mas qual é então nosso papel como ramos?

Antes de mais, transmite-me uma firmeza deveras segura saber que, por mais fragilidade que exista em mim como ramo, sou um prolongamento da Videira Verdadeira, forte, que tudo Faz para me nutrir e me fazer frutificar.

Por outro lado, há associada uma responsabilidade: esta ligação não basta! Há-que também do meu lado permanecer um ramo forte e sadio, alimentado e unido, ligado não parcial, mas totalmente em Jesus. Deparamo-nos com um apelo claro à unidade, quer individual (‘Eu ramo’ + ‘Jesus Videira’), quer colectiva (‘Eu ramo’ + ‘Jesus Videira’ + ‘O Outro ramo’).

A nossa união com Jesus é sinal de vida. Não existe vida estando separado do Tronco. O ramo que se separa da Cepa, seca e morre sem produzir frutos. Como qualquer lenha inútil, é então lançado ao fogo.

Em compensação, os ramos que se mantêm unidos ao Tronco recebem a seiva da vida que os torna fortes, vigorosos e férteis. Produzem muitos frutos e de excelente qualidade.

Um outro ponto a que o ‘Eu ramo’ não pode ficar alheio é ao convite: “- Dá fruto! Gera bons frutos! “.

... Dar fruto... O grande desafio é este: não nos podemos conformar com uma paz aparente, só de "sombra e água fresca", onde a falta de coragem abunda decididamente… Não! Somos conhecidos pelos frutos que damos! E cada um de nós - a responsabilidade é individual! Por vezes temos tendência a delegar a função de “fazer discípulos”, de “pregar o bem”, de “dar fruto”, somente aos que, duma foma generosa e mais aberta, consagraram a sua vida a Deus. Mas não foi isso que Jesus disse!

TODOS os ramos desta Videira devem produzir os mesmos frutos, os bons frutos. O prolongamento desta Videira Verdadeira não pode produzir maus frutos… Bom, se assim for, algo está errado! Estes ramos têm que ser cortados e lançados ao fogo, pois os ramos da videira Jesus não podem, de forma alguma, produzir frutos ruins… nem tão-pouco ser estéreis. Os ramos que produzem o fruto ruim vêm de outra videira, concerteza, pelo que os seus ramos terão que ser podados na Videira Verdadeira para que daí produzam bons frutos.

Resumindo, cada ‘ramo’ cresce em dois aspectos: na comunhão permanente com Jesus e com os irmãos, e na frutificação .

E então para os Catequistas, tem muito que se lhe diga esta comparação….É quase um verdadeiro teste de fogo… O pequeno mundo que nos rodeia, a comunidade paroquial onde nos inserimos observa-nos e espera ver a presença de Deus em nós! Ele quer pensar com a nossa mente, expressar se através das nossas emoções, falar através da nossa voz, ainda que muitas das vezes não estejamos conscientes disso… Frutifiquemos, pois!



C) PERSONAGEM 3
C1 – Identificação: Deus
C2 – Personagem: O Agricultor
C3 – Tarefa: Podar (do grego ‘purificar’)

Antes de mais, que fique claro que não sou minimamente entendida nestas questões da agricultura, pelo que procurarei abster-me de usar certos termos técnicos (?) que talvez até enriquecessem a narrativa, mas que por certo depreciariam o seu conteúdo.
Não que não tenha crescido numa aldeia onde a actividade agrária ainda é de certa forma significativa…

... Mas, bom, assim muito, muito francamente, o que é certo é que me intimida esta parte da ‘poda’...

Mas, afinal, porque há necessidade de limpar? Compreende-se que a ideia aqui é melhorar a qualidade (e quantidade) dos frutos.

Contudo, por outro lado, a poda por si só é algo que magoa, que fere, é um corte que deixa as suas cicatrizes.

Estou certa de que se os ramos pudessem falar, certamente também não entenderiam o porquê da poda no momento em que são podados. Passa-se o mesmo connosco: quantas vezes não entendemos a dor no momento da dor, quantas vezes nos revoltamos perante ‘azares’ da vida, como conflitos, injustiças, crises, ou a morte de alguém querido.
Só mais tarde, às vezes muito mais tarde, entendemos a importância da poda. Os ramos podados, ao verem-se floridos, ao presenciarem os seus próprios frutos, certamente agradeceriam ao Agricultor pelos sofrimentos daquele dia.

Assim é o nosso dia-a-dia. Não compreendemos e não aceitamos os obstáculos e as lutas. Mas são as dificuldades que (também) nos fazem crescer, são as podas que nos tornam férteis, maduros e que nos purificam… um dia veremos os frutos.

Mais ainda: toda a dor é suavizada pelo amor. O amor mantém o ramo unido ao Tronco, o amor é produto de quem se deixa alimentar pela Seiva da Vida que É O próprio Jesus.
Todavia, há ainda outra questão que se levanta: numa página sobre técnicas viticulas, era dito que ao podar a planta, o agricultor não deve cortar somente os galhos secos, mas cortar galhos sadios, vistosos e verdinhos. Porquê? Por certo tratam-se de ramos que têm tudo para produzir muitos frutos, mas que (ainda) não estão dispostos a fazê-lo. Eu conheço alguns! E rezo por eles!

Posto isto, ficam sem fundamento os meus receios iniciais no que respeita à poda. Podando-se o desfolhado ramo no próspero tronco da videira, ele tornar-se-á uma vara viva, alimentando-se da seiva da videira, até que brota e dá fruto.

Adicionalmente, uma união tão profunda do ‘Eu ramo’ com o ‘Cristo Videira’ pressupõe necessariamente purificação… não poderia ser doutra forma…

Para terminar: por curiosidade, entrei num site relacionado com viticultura, e encontrei a seguinte frase: “O podador deverá ter sempre um papel activo, porque a poda requer sabedoria

2 - "Eu Sou A Videira, vós sóis os ramos" Jo15,5

I. Introdução / Enquadramento


De uma forma geral, esta alegoria da videira é um exemplo facilmente entendível quando devidamente inserido no contexto histórico e geográfico apropriado. Jesus falava para o povo, em elevado número agricultores, pessoas que conheciam as lides do campo, do cultivo da terra e da vinha.

Aliás, a comparação da videira, dos ramos e dos frutos é quase um ‘clássico’ na Bíblia. A videira e a vinha são símbolos significativos no percurso da História da Salvação do Povo de Israel. A imagem bíblica da videira designava o próprio povo escolhido e tantas vezes infiel.

Vejamos:
Gn 9, 20 – Noé, que era agricultor, foi o primeiro a plantar a vinha.
Gn 40, 9 – As interpretações dos sonhos por José do Egipto.
1 Rs 21, 1 – A vinha de Nabot de Jezrael junto ao palácio de Acab, rei da Samaria.
Sl 80, 9-17 – Salmo de súplica, canta que o Povo de Deus é como uma videira que O Senhor Deus arrancou do Egipto e transplantou na terra prometida.
Is 5, 1-7 – O profeta Isaías fala do amigo que plantou uma vinha e esperava que ela desse frutos bons, mas só produziu uvas azedas. Irael é, assim, uma vinha estéril. (De salientar que este cântico da vinha era familiar aos israelitas, pelo que ajudava os ouvintes a compreender melhor a alegoria de Jesus).
Ct 8, 11 – A vinha de Salomão.
Jr 2, 21 – Israel, ‘plantada como vinha escolhida e de boa qualidade’, como Esposa Infiel.
Sl 128, 3 – A videira como símbolo de fecundidade, de vida em abundância
Os 10, 1 – Imagem da vinha aplicada novamente a Israel.
Ez 15,1-8.2 – Ezequiel não aborda a fertilidade da videira, mas apenas a sua cepa, pois Israel não produziu frutos
Nm 13,20-26 – A Terra Prometida é novamente comparada a uma vinha
Am 9,13-15 – A restauração de Israel é uma nova plantação da vinha
Lv 23,34-36 / 2 Mac 10,7-8 – A festa das Tendas era a festa das vindimas
Jr 8,13-17 – A festa acabará, porque a vinha não dá fruto

Em praticamente todo o AT, a vinha / videira, enquanto Povo de Deus, é sempre vista em termos de degeneração. O motivo? Basicamente porque Israel falhou como nação para trazer a salvação.

Por isso, no NT, esta simbologia é actualizada e traz um novo sentido.
Deus escolhe uma nova vinha, um outro povo. A nova Videira É Jesus, que, juntamente com os Seus dicúpulos, formam um Povo de Deus renovado. Produz frutos quem estiver unido a Jesus, isto é, quem ama como Ele Amou. Se Jesus É O Tronco e nós os ramos, é sinal de que o projecto de salvação de Deus para o Homem ainda é possível… desde que com a colaboração de cada um de nós...

1 - "Eu Sou A Videira, vós sóis os ramos" Jo15,5

No Domingo passado, V do Tempo Pascal, fomos presenteados com esta alegoria da videira.

Dizia-me o P., um dia destes, que " – Jesus É O maior comunicador de todos os tempos". E tem muita razão, o P.!

De facto, Jesus Usou de uma criatividade vastíssima para atrair as multidões, Ensinando por meio de parábolas, pequenas histórias, muito simples, mas profundas, as quais retratavam a realidade das pessoas. Jesus colocava os Seus ouvintes numa atitude de confronto com a vida, provocando questões e desassossego, convidando desta forma à conversão e mudança de vida.

[(Uma achega: é inspirando-nos no exemplo de Jesus que nós Catequistas invocamos / provocamos a Experiência Humana nas nossas sessões de Catequese?)]

As histórias, as alegorias, as comparações tornam qualquer conversa mais afectiva, agradável e atractiva. Jesus sabia-o muito bem!

Bom, e então, este desafio de Jesus que vemos na alegoria da videira é deveras cativante... e ao qual acredito que ninguém fique indiferente...

A Humanidade de Jesus toca a nossa Humanidade e a nossa Humanidade toca a Sua Divindade... O fraco e O Forte em união… O finito do Homem ligado ao Infinito de Deus… Não há como resistir a isto!

Mas o recado desta comparação não se fica por aqui... Há nela toda uma abundância de dicas, de mensagens, de estímulos... bom, que a minha agitação crescente por Ele não me permite guardar só para mim.


Partilho então estas reflexões, dividindo-as em três partes:

I. Introdução / Enquadramento
II. Identificação e Caracterização das personagens – A Videira, os Ramos e O Agricultor
III. Conclusão / Objectivo

sexta-feira, abril 14, 2006

Votos de uma Santa Páscoa, na alegria de Jesus Ressuscitado!

marta

sexta-feira, março 24, 2006

Histórias de fósforos, pensos rápidos e 2 poços

Olhei para o lado – e lá estava ela, menina, 11, 12 anos, não mais...

Não era a primeira vez q via o seu rosto redondo, corado, mas ela desta vez sorria para mim... Sorri para ela...

Perguntou-me se queria comprar pensos rápidos...

`É só 1 Euro`...

Dei-lhe a moeda e adicionei a barra de chocolate Kinder que havia comprado nem faziam cinco minutos...

Aparente e momentaneamente, ficou feliz.

Começou a chover e ela desapareceu... melhor assim... não queria que ela percebesse que os meus olhos tinham ficado repentinamente húmidos (seria da chuva?!).

Ontem, a noite estava fria, mesmo fria...

Aconchegada no meu pijama de flanela (aquele aos quadradinhos), vi-me (involuntaria e novamente) rodeada por aquele sorriso...

Onde estaria aquela menina a dormir?

Teria cobertores?

Os seus pais, onde estariam?

Será que eles a haviam abandonado?

É possível que os pais abandonem os filhos?

Sim, é possível!

João e Maria, abandonados sozinhos na floresta. Os pais deixaram-nos lá para serem devorados pelas feras. Diz a história q fizeram isso porque já não tinham mais comida para eles mesmos.

Será que haviam pensos rápidos na cesta que o Capuchinho Vermelho levava para a avó?
Será que a mãe do Capuchinho queria que ela fosse devorada pelo lobo?
Bom, essa é a única explicação para o facto de uma mãe mandar uma menina sozinha atravessar uma floresta onde era certo estar o lobo à espera.

Num dos contos de Andersen, uma menina vendia fósforos de noite na rua (se fosse aqui estaria num semáforo ou na praça de alimentação de algum centro comercial), enquanto a neve caía. Mas ninguém comprava. Ninguém precisava de fósforos.
Porque é que uma menina estaria a vender fósforos numa noite fria? Não deveria estar em casa, com os pais?
Talvez não tivesse pais.

Fico a pensar nas razões que teriam levado Andersen a escolher caixas de fósforos como a coisa que a menina estava a vender, sem que ninguém comprasse. Acho que é porque a caixa de fósforos simboliza calor. Dentro de uma caixa de fósforos estão, sob a forma de sonhos, 1 fogão aceso, 1 panela de sopa, 1 quarto aquecido...
Ao pedir que lhe comprassem fósforos numa noite fria, a menina pedia que lhe dessem 1 lar aquecido. Diz a história que de manhã a menina estava morta na neve, com a caixa de fósforos na mão.
Fria. Não encontrou um lar.

Um lar por exemplo como o da C., do grupo do 6º ano. A mãe da C. ainda ontem me ligou, preocupada porque a C. tem faltado à Catequese e às Aulas... ora partiu um braço, ora andou de canadianas mais de uma semana, ora acabou por apanhar uns vírus estranhos que a impedem de se levantar da cama... E o pai e a mãe da C. têm feito de tudo para que a C. recupere o mais rápido possível...

A mesma sorte não teve a Gata Borralheira, aquela da história, que depois acaba por ser princesa. O seu lar estava longe da madrasta e das irmãs: como uma gata, o borralho do fogão era o único lugar onde encontrava calor.

Mas como já disse, calor era coisa que ontem não estava...

`Dá-me uma moeda...`

O menino (sim, estava sujo, quase descalço e muito ranhoso, mas era um menino!) estava do lado de fora. O rosto encostado na porta, o braço esticado para dentro do espaço proibido pelo olhar permanente do segurança.

Tirei uma moeda da carteira e dirigi-me à máquina de bolos. Seleccionei um pacote de bolachas baunilha e dei-o.

Mas esse gesto não me tranquilizou. Quis saber um pouco mais sobre o menino.

Encostei-me também ao vidro da porta e perguntei: `Queres ajuda para abrir o pacote?`

Num ápice os seus dentes haviam respondido à minha pergunta...

Não, não precisava de ajuda...

`Como te chamas?`... `Samuel...`... `Tens um nome bem bonito, sabes?`...

Levantei a mão e afaguei-lhe os cabelos abundantemente sujos... O seu rosto corou...

Comeu a primeira bolacha... Perguntei-lhe porque não comia as outras... se não gostava.... disse-me q eram para a irmã... que andava a vender pensos rápidos...

Pensei na história da menina q vendia fósforos... há diferença entre vender fósforos e vender pensos?

Ainda ñ sei a resposta...

Só sei q por vezes achamos ter chegado ao fundo do poço (esse onde o lobo foi beber cheio de sede depois de ter comido o Capuchinho Vermelho e a avozinha, lembram-se?)...

Ou então, o poço de Samaria, onde Jesus Travou aquele diálogo maravilhoso com a mulher Samaritana, revelando-Se pela primeira vez como O Messias... (Jo 4)

A preferência do poço é nossa...

OU tudo parece ter chegado ao fim, tudo parece não ter mais sentido.... Um fundo onde reina a tristeza, a falta de força, a falta de esperança...
Bolas!...
A esperança daquelas crianças residia nuns simples pensos rápidos...

OU nos ‘sentamos’ calmamente com Jesus, na borda da Fonte, da Fonte de Água Viva... ao meio-dia (Jo 4,6b).... (Um aparte: ninguém vai buscar água ao meio-dia, no auge do calor... Um encontro intencional?!)
E deixamos que Ele nos diga que Tem Sede... (Jo 4,7b)
E deixamo-nos contagiar pelo Seu ‘atrevimento’ ... (Conversa com uma ‘Mulher’, e ainda por cima ‘Samaritana’?)...
E acabamos por ‘deslizar’ :-) e confiamos-Lhe o nosso comodismo (‘Dá-me dessa água, para eu não ter mais que a tirar do poço’ - Jo 4,15)...
E, depois de experimentado o prazer de saciar a sede directamente dEle, aí, sim, peguemos na nossa bilha de barro, e partamos apressadamente ao encontro dos outros, exteriorizando a alegria e o entusiasmo de O Conhecemos! (Jo 4,28-29)...

... É Quaresma... Mas não deixa de ser o momento oportuno de fazer Ressurreição...

-> Abrindo a n/ caixa de fósforos? ;-)

Number of online users in last 3 minutes
Free Hit Counter