segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Festa da Vida!

Para começar, um conto...

"Um homem caminhava, ao pôr do sol, numa praia deserta.
À medida que avançava, começou a avistar outro homem à distância. Ao aproximar-se, notou que ele se inclinava, apanhava algo e atirava para a água.
Repetidamente, continuava. Inclinava-se, apanhava algo e atirava para a água.
Aproximando-se ainda mais, o homem, notou que o outro estava a apanhar estrelas do mar que tinham sido arrastadas para a praia pela força das marés e, uma de cada vez, lançava-as de volta à água.
O homem ficou intrigado. Aproximou-se e disse:
— Boa tarde, amigo. Estava a tentar adivinhar o que é você está a fazer.
— Estou a devolver estas estrelas do mar ao oceano. Sabe, a maré está baixa e todas as estrelas do mar foram arrastadas para a praia. Se eu não as lançar de volta ao mar, a sua casa, elas morrerão por falta de oxigénio.
— Sim - respondeu o homem -, mas deve haver milhares de estrelas do mar nesta praia! Provavelmente você não será capaz de as apanhar a todas. É que são muitas, simplesmente. E além do mais, isso está a acontecer em centenas de praias acima e abaixo desta! Vê que não fará diferença alguma?
O outro sorriu, curvou-se, apanhou uma outra estrela do mar e, ao arremessá-la de volta ao mar, replicou:
- Olhe, fez diferença para aquela!"




Pois é...

Este conto faz-me lembrar a experiência que vivi no decorrer dos dois últimos fins-de-semana com o grupo do 8º ano, na preparação da (sua) Festa da Vida, celebrada ontem de manhã.

Aliado à irreverência e ao desinteresse quase generalizado que estes adolescentes manifestavam inicialmente perante esta celebração (senão todas), havia ainda o facto de mais de metade dos colegas nem frequentarem as sessões de catequese assiduamente... Logo... desinteresse ao quadrado!!

Já na semana passada haviam revelado uma certa renitência... Do "Somos tão poucos..."... passavam ao gélido "Achas mesmo?"... e mesmo ao "Para quê?"

Partilhava com alguns destes adolescentes que eu é que não compreendia o porquê de tamanha objecção... Bolas! Estávamos a preparar a Festa da VIDA! Não a Festa da Morte ou da Destruição!...

Vida! Vida! Vida! ... Não sentiriam eles necessidade de comemorar esta Vida?! Eles que se assumem tão 'cheios de pica' (creio que é assim que se diz, certo?)... Têm uma Vida que pode / deve ser festejada por tantos estímulos: o simples facto de existirmos, de acordarmos cada manhã, a vida social que cada um tem, a vida familiar, a vida espiritual, a vida em Cristo...

Verdade seja dita.. até sábado passado, as coisas não estavam a correr muito bem... Nossa... era quase arrepiante a indiferença e o desinteresse que estes adolescentes davam à celebração!! Como dizia o outro: 'Não estavam nem aí'...

E ontem (surpresa das surpresas!), a celebração revelou-se riquíssima... em todos os aspectos...

Para estas 'estrelas do mar', esta celebração fez toda a diferença...

Há-que reconhecer que parte desta adesão à Eucaristia e à celebração em si, se ficou a dever ao pároco que, em gestos simples como chamar cada um destes adolescentes pelo seu nome, os levou a assumir uma postura de responsabilidade, maturidade, dever... Também à Catequista, que, mesmo perante esta adversidade que é a ausência / desinteresse de grande parte do grupo, não desanimou... muito pelo contrário!

No final da Eucaristia, conversava até com ela (é a flor, lembram-se?) que foi extraordinária a mudança destes adolescentes... Na celebração da (sua) Festa da Vida acabaram por assumir uma atitude de profundo sentir, de entusiasmo, de organização, de responsabilidade de quem (como alguns fazem questão de assumir), vem à Catequese quase por obrigação.

Mas com a celebração de ontem, creio que as coisas vão mudar... Estes 13 adolescentes sentiram-se úteis, responsáveis, 'peças' importantes... afinal, foram novamente 'lançados ao mar'...

Prova desta vivência tão rica e intensa foi o facto de uma mãe de um dos adolescentes ausentes, ter, no final da Eucaristia, necessidade de se comprometer com a Catequista, a que o filho, a partir deste momento, participe na Catequese com maior assiduidade.

Ficam os sentimentos de alguns deles no final da Eucaristia:

"- Ai, Catequista, foi lindo, mesmo... "
"- Altamente... "
"- Muito bom... "
"- Foi espectacular!!"

Bom, mesmo na ausência de frases gramaticalmente mais completas, estas palavras reflectem o sentimento de gozo interior que exteriormente manifestavam. E ainda bem!

O grupo é formado por 27 adolescentes... mostraram-se 'disponíveis' 13... Mas estes 13 transmitiram na sua postura de coragem, o 'recado': sou apenas um detalhe, mas com Jesus, faço a diferença!

E quanto às restantes 14 'estrelas do mar' q continuam na praia, bom, a flor continua (e bem) a sua caminhada...

PS: Podemos partilhar o guião usado nesta celebração. Basta enviar um email para catequiso.existo@mail.pt.

3 Comments:

At 13 fevereiro, 2006 18:22, Anonymous Anónimo said...

Ola! agora tambem tenho blog
http://afernanda.blogspot.com
;-)

 
At 14 fevereiro, 2006 09:26, Anonymous Anónimo said...

gostei de ler esta experiencia. e a flor q nao desanime, o seu caminhar nao sera' concerteza em v�o.

 
At 04 junho, 2009 00:22, Anonymous ilda caldeira said...

Gostei muito do conto.
E na catequese, como na vida, muitas vezes é assim...às vezes julgamos que não faz diferença...mas descobrimos, depois, às vezes muito tempo depois, que para alguns, pelo menos, fez muita diferença....
Temos que continuar e confiar no Senhor!!! É ele a nossa força, e só a sua força nos ajuda a fazer a tal diferença para alguns!!

Ilda Caldeira

 

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