quarta-feira, janeiro 04, 2006

Diálogo Ecuménico vs Diálogo Inter-Religioso

Numa destas manhãs, enquanto me preparava para mais um dia de trabalho, ouvi num dos blocos informativos matinais, que um dos nossos candidatos à Presidência da República havia incluído na sua pré-campanha eleitoral uma visita à sinagoga judaica de Lisboa.

Fundamentava a sua visita dizendo que é de uma importância pertinente (e passo a citar) "o diálogo ecuménico entre as diversas religiões"...

Não colocando em causa de forma alguma o propósito pretendido com estas palavras, a verdade é q a afirmação em causa está construída com conceitos menos exactos, onde o termo "ecuménico" contrasta com "diversas religiões".

Posto isto, transporto hoje para este espaço uma temática que me parece pertinente abordar, ainda que de uma forma curta e simplificada: a distinção entre

DIÁLOGO ECUMÉNICO
e
DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

Talvez seja conveniente salvaguardar, antes de mais, que o diálogo ecuménico e o diálogo inter-religioso são afins e estão ligados entre si, embora não se identifiquem um com o outro. Entre os dois, existe uma diferença específica e qualitativa, que, por tal facto, não se devem confundir.

Quando falamos em Diálogo Ecuménico, estamos a referir-nos à comunhão entre as diversas Confissões Religiosas, dentro da Religião Cristã. O empenhamento ecuménico visa pois a promoção da unidade dos cristãos, e a colaboração destes entre si.
O diálogo ecuménico não se fundamenta apenas na tolerância e no respeito devido a cada convicção humana e / ou religiosa, mas está enraizado na fé conjunta em Jesus Cristo como "o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14, 6), e no mútuo reconhecimento do baptismo, por meio do qual todos os baptizados são membros do único Corpo de Cristo (Gl 3, 28; 1 Cor 12, 13) e podem rezar em conjunto, como Jesus nos ensinou: "Pai Nosso...".

Por outro lado, no Diálogo Inter-Religioso, assiste-se a uma partilha do sentido e do respeito a Deus ou ao Divino e o desejo de Deus ou do Divino; o respeito pela vida, a aspiração à paz com Deus ou com o Divino, e entre os homens...
Os cristãos e os seguidores das outras religiões podem rezar, mas não o realizam em conjunto.
Há uma partilha de valores morais, há uma colaboração (válida de um modo particular para as religiões monoteístas) que tende a defender e promover, de maneira conjunta, em benefício de todos os homens, a justiça social, a paz e a liberdade... e, acima de tudo, há um respeito mútuo pela diversidade (legítima!).



Resumindo,

PRÁTICAS ECUMÉNICAS – com outros cristãos

PRÁTICAS INTER-RELIGIOSAS – com outros credos

2 Comments:

At 04 janeiro, 2006 17:39, Anonymous Anónimo said...

Gostei especialmente da imagem que escolhestes para acompanhar este texto.� raz�o para dizer que uma imagem vale por mil palavras.

 
At 05 janeiro, 2006 19:01, Anonymous Anónimo said...

Ol�! Ainda bem que esclarecestes esta diferen�a, para mim eram praticamente a mesma coisa. Valeu a pena a explica��o simples :-)

 

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